CAPITULO II





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Joilson de Assis


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CAPITULO II










Depois que a esquadra foi embora nos deixando alguns barcos de tamanho médio e um grande, armas, munição recebemos as primeiras instruções e Linge demonstrou o seu grande desejo de retomar a cidade de nossa Senhora das Neves a qual chamávamos de Frederika. As igrejas de São Pedro de São Francisco serviam de forte para os Lusitanos que esquartelados resistiam a toda investida holandesa. Com homens e armas Paulo tinge queria tentar conquistar aquele povoado mais uma vez. Foram feitos todos os planejamentos e com barcos atacaríamos a partir do Porto do Capim em direção a igreja de São Pedro e convento de São Francisco. Dava a nítida impressão que a retomada da cidade de Frederika pelos Lusitanos em 1645 afetou a moral e a auto estima de Paulo Linge que tentava desesperadamente reconquista-la.


Formamos o ataque e de madrugada atacamos o povoado de nossa senhora das neves. Fomos recebidos sobre o fogo cruzado e tiros de canhões que assustavam mais que acertavam o alvo. A cidade estava deserta e todos, nobres e simples, se aquacelaram nos mosteiros principalmente no convento de São Francisco. Das janelas eles atiravam em nossa tropa e em correria procurávamos uma entrada. Eles eram auxiliados por índios da nação que se enfrentava com os índios que nos apoiavam dentro das matas ao redor dos templos. Foi o meu primeiro combate.

Nos combates o pavor vem, porém eu me lembrei do que Saltes disse: Não tema a morte, repeite ala. Como lutei e nada me detinha em meio ao combate. Os tiros pareciam passar longe ou eram desviados, nativos e soldados caiam mediante a minha arma e minha espada.

Van Soares- Ataquem o forte de São Francisco, entrem nele, agoraaa!

Os tiros faziam uma sinfonia e a povoara enchia o ar de cheiro e fumaça azul. Índios agarrados com brancos, índios com índios a rolarem no jardim sagrado enquanto tentávamos arrombar portas e janelas. Em meio a moribundos gemendo eu gritava:
- Ataquem, eu quero o forte de São Francisco! Economizem munição.

Eles estavam em todos os lugares: Nas árvores por trás das pedras e barreiras naturais. Homens de guerra e até populares munidos de facões, foices, picaretes nos atacavam com incrível ferocidade. Eles eram rechaçados por nossa tropa bem treinada e armada, mas quando mais matávamos mais surgiam. Ouvíamos frases como: Filhos da besta, seguidores de satã, excomungados de ambos os exércitos mostrando que existia algo ligado a religião provocando o ódio em ambos os combatentes.

Os enquartelados Lusitanos mantinham o seu poder nos conventos de São Francisco, Santo Antônio, Igreja de São Pedro e a igreja da misericórdia, os carmelitas em seu convento também davam sustentação a esta resistência. Existiam túneis entre estes prédios e vasta armazenagem de comida e água. Antônio de Albuquerque auxiliado por Matias de Albuquerque no Recife sempre resistia ao ataque provocado pelos Holandeses. Mas eu que ria esta vitória a qualquer custo e forçava a tropa a ata ar sem piedade. Finalmente achamos uma passagem do lado Leste da fortificação que foi aberta através da força e entramos apoiado pelas armas e houve combates enfrente ao altar principal. Eu ordenei a entrada de todos os soldados, pois a tomada do forte templo de São Francisco representava a retomada da cidade de Nossa Senhora das Neves brancos e índios lutavam sem parar e a minha espada cortava como nunca e ninguém ousava me enfrentar.


Soldado - Van Soares foi ordenado à retirada, índios tabajara já venceram a nossa tropa na Igreja dos carmelitas da misericórdia e no convento de São Pedro. Vamos senhor!


Van Soares - Tomem o forte de São Francisco agora e fechem as portas. Já tomamos o convento e não vamos voltar atrás.

Soldado - Mas senhor são muitos.

Van Soares - De o sinal que o templo de são Francisco é nosso.
Ah, parecia que tínhamos vencido e a tropa que estava em retirada foi chamada de volta. Porem enquanto colocávamos mulheres, crianças e nobres no centro do templo chegaram à porta dele uma multidão revoltosa de nativos e mestiços prontos para retomada dos templos e a luta recomeçou em ritmo alucinante.


Fomos surpreendidos com tropas que saíram abrindo caminho a fogo dos túneis existentes no lado velho da igreja. Saíram como formigas sedentas de sangue e não e conseguíamos detê-los. Até a cruz foi utilizada como espada.
Soldados - Senhor eles estão quase arrombando a porta dianteira e existe uma multidão nos túneis do lado Oeste do templo.


Van Soares - Mantenha a resistência.


Ser líder não é tão fácil assim principalmente quando em nossas mãos estão à vida de fieis soldados que morreriam para nos proteger. Na vida temos que admitir os fracassos para que eles não nos consumam. Admitir um fracasso talvez seja a melhor maneira de anula-lo e nos proteger de um próximo vacilo. Enquanto eu pensava e lutava mais inimigos surgiam e nos cercavam e a munição já não era tanta. Nobre não é o homem que nunca cai, mas todo aquele que sempre se levanta de suas quedas.
Van Soares - Preparar para debandar.


Soldado - Preparar para debanda, debandar, preparar.


Só tínhamos uma saída, o lado Oeste com suas Janelas altas que dava para uma mata densa.
Soares - Vamos para as janelas agora!


Cassamos poucas horas dentro do convento sentindo o gosto da vitória e da retomada não somente do templo, mas de toda a cidade. Mas não podemos ficar isolados já que os demais pelotões tinham sido vencidos e em poucas horas toda a cidade estaria naquele local para nos exterminar. Já que não podemos vencer devemos sobreviver agora para lutar depois já que mortos não lutam. Ao chegarmos às janelas tendo isolados os guerreiros que vinha dos túneis, fomos surpreendidos por uma multidão de índios tabajaras e caboclos que atiravam flechas em nos atingindo o peito direito de um de nossos guerreiros. Ele cai, mas não podíamos nos intimidar mediante a morte.
Van Soares – Homens vamos lutar pelas nossas vidas, não tenham medo da morte, pois dá azar. Olhem nos olhos deles e os destruam. Vamos para a mata rumo a Cabedelo, abram caminho a fogo e a espada agora!


Neste meio tempo a porta central do templo tomba e os guerreiros entram no templo procurando a quem matar. Abrimos fogo e descemos agarrados uns nos braços dos outros e mediante os Índios que saiam das matas os guerreiros já caiam no chão lutando. Lençóis dos altares serviram como corda e ao chegarmos ao chão, fomos surpreendidos por uma tropa de nativos a qual foi rechaçados por nossa força e espada. Abrimos caminho como heróis e cada homem olhava para seu inimigo com ódio e não medo.
Van Soares - Vamos para a floresta, sobreviva hoje e lute amanhã.


Então toda a minha tropa deixando para trás um tapete de feridos e moribundo chega a mata aonde foge sem ser perseguido, pois estávamos coberto pela mata. Corremos por horas até que ordenei que parassem por alguns instantes. Olhei para a minha mão e a luva estava vermelha de sangue. Retirei a mesma rapidamente para analisar o ferimento, porém nenhum corte havia. Era o sangue dos que eu enfrentei que coalhava em minha luva de oficial. Nestas horas a carne treme com a tensão anterior e a triste realidade da guerra recai em nossa consciência. Ao meu lado índios Potiguaras e soldados exaustos, famintos e com alguns ferimentos. Eu tinha perdido vários homens, mas o estrago no exército inimigo foi nítido. Mostramos a nossa força. Mas na guerra não existe vencedores existe sim aqueles que menos perderam. Ia guerra todos são vítimas!


Van Soares - Vamos soldados para o forte de Santa Catarina.


A macha passou a ser lenta e dolorosa e como um cão ferido, voltamos para casa. Ao chegarmos ao forte e a ponte baixou para uma tropa que traziam sobre os seus ombros o peso da derrota, todos receberam água e medicamentos para sarar os ferimentos, mas o rasgo na alma para ele não havia remédio.


Depois do ocorrido varias reuniões Paulo Linge realizava conosco e o interesse dele pelo forte de São Francisco era visível. Ele era capaz de arriscar a segurança do forte para conquistar a cidade de Nossa Senhora das Neves. Passamos a realizarmos expedições interioranas com intenções de agrupar novas tribos indignas para fins militares. Os mapas dado por Calabar nos era muito úteis já, que ele era um tropeiro antes de se tornar um oficial português. Ele se converteu ao protestantismo e demonstrava a todos que o domínio Holandês era o melhor para o nordeste. Para alguns, ele era traidor, mas para outros, homem idealista que reconheceu o valor dos Holandeses e sua capacidade de progresso. Morto por Matias da Cunha que o enforcou e cortou os seus membros se tornou uma espécie de Herói para alguns. As trilhas e tribos demonstradas por Calabar foram muito úteis para novos contatos. Paulo Linge estava obcecado pela idéia de retomar Frederika e sabia que nenhum poder se estabeleceria naquele lugar sem o auxilio dos nativos.



Os nativos ao contrario dos brancos, lutavam por simpatias e o interesse capitalista neles não havia. Eles trabalhavam pela comida do hoje, amanhã, eles retornavam a trabalhar para ter. Era um sistema comum aonde todos dividia suas mercadorias e caças.


Apesar da barreira da língua os holandeses se davam muito bem com os potiguaras e os portugueses tinham a simpatia dos tabajaras. Os nativos faziam simpatias e o que recebiam não era tido como capitalização, como um presente. Um espelho ou punhal para um índio tinha o mesmo valor que um barril cheio de moedas de ouro. A forma deles verem a vida era diferente dos capitalista e gananciosos homens branco. Poder-se-ia conquistar a fidelidade de um índio apenas com uma fruta ou comida e um branco com uma porção de ouro não era confiável a sua fidelidade. Até seus lideres dominavam diferentemente sobre eles.



O Pajé ou chefe dominava os seus sob admiração e respeito vindo da alma, não por prata ou ouro, ameaças de morte, vantagens; eles obedeciam a seus chefes simplesmente por que eles eram chefes. A mata para estes era sagrada e milhares deles não a danificava porem umas poucas centenas de brancos eram suficientes para desmatarem muitos lugares. Isto não era compreendido pelos índios, mas a simpatia os fazia lutar, lutavam por seus amigos sem saber que se assemelhavam a inimigos ferozes.


Existiam muitas tribos no interior seguindo os rios Sanhauá e Paraíba que eram formadas por algumas centenas de índios que tinham uma vida comum. Pescavam, caçavam e cuidavam de suas famílias pacificamente. No interior próximo a serra do Borborema existia as terras de Bodopitá que tinham índio da nação Dzebucuá Cariris até a serra da boa vista. Eram índios de Guerra e existia em uma grande quantidade no local tornando difícil a ideia de um possível domínio. Para nós holandeses o ambiente das terras dominadas era maravilhoso com toda aquelas árvores e rios.


Na nossa viagem de reconhecimento anotávamos tudo e as regiões em que passamos eram bem detalhada em relatório. Passamos pela Lagoa do Paó habitadas também por tribos Cariris que nos recepcionaram com alegria. Subindo a Serra do Paó (Alagoa grande atualmente) encontramos uma serra linda de uma beleza estranha e primitiva que encantava a nossa vista a Serra do Paó (Serra de Alagoa Grande Areia); sobre a serra uma linda mata fechada era coberta por uma névoa toda manhã. Os Oficiais de Paulo Linge encontraram dificuldade de comunicação com os Nativos mesmo acompanhados por Potiguaras, o idioma do interior das terras dominadas era muito diferente. Apesar da amizade que fizemos os Índios não eram ambiciosas dificultando um possível recrutamento para o combate, o que existia entre os nativos do interior era uma rivalidade com os nativos Tabajaras e mais para o interior com os Ariús índios dos sertões paraibanos. Mas a vida deles era tão simples e agradável a eles mesmos que pareciam ricos por sua felicidade.

A terra dava a eles tudo que necessitavam como uma mãe ministra aos seus filhos o puro leite. A mata era a vida deles.
A terra era boa por onde passávamos e a recepção era até constrangedora, simpáticos em sua maioria logo nos serviam suas comidas como fizeram com Pedro Álvares Cabral primeiro navegante Português. As minha caminhada pelo mato e nestas tribos eu percebia que o homem não pode ser manso em demasia, pois serei destruído pela fera que existe nos corações gananciosos, eu sabia que era apenas uma questão de tempo para aqueles índios serem dominados, escravizados e até mortos por Brancos dominantes. Existe uma força insaciável no homem que o força a devorar o seu semelhante em nome de sua sobrevivência e lei que criara para oprimir o mais fraco. Era uma multidão de índios gentis, simpáticos a sorrirem e nos observar, admirados com cada ato que fazíamos. Como crianças facilmente seriam dominados mesmo sendo uma multidão tão forte fazia da inocência de espírito e a falta de organização os seus maiores defeitos.

Os Holandeses tratavam bem os nativos e os respeitavam como legítimos donos desta terra e através de alianças e acordos tentavam adquirir os seus serviços e proteção. Mas existiam aqueles sedentos de terras e poder que dizimaria a tudo e a todos que cruzasse o caminho deles e de seus lucros.
Depois de muitos dias retornávamos ao forte de Santa Catarina trazendo informações e alguns nativos com a intenção de agrupa-los ao nosso povo, ao nosso exército. Existia entre nos reverendos vindos de Amsterdã que sonhavam evangelizar aquela região e ganhar as almas daqueles nativos para obediência ao Cristo. Enquanto permanecíamos no forte exercíamos o trabalho de fazer algumas patrulhas, tomar conta do Atalaia no Forte Velho que era um centro de observação que via até a praia do cabo branco. Dirigia guardas de observações na igreja da Guia em Lucena, ponto estratégico de observação.



Passei a tomar conta de toma patrulha responsável pelos pontos ide observação que eram importantíssimos no caso de um ataque por mar ou terra. Deveríamos fazer sinais de fogo se fosse à noite e espelhos davam brilhos de alerta durante o dia em um possível ataque. Como os Lusitanos estavam utilizando a estratégia do ataque repentino o medo era sermos atacados de surpresa na troca da guarda. Para evitarmos este acontecimento passávamos alguns dias nos pontos de observação e não tínhamos dia certo para a rendição por outros militares para confundir o inimigo. Passávamos pelo atalaia deixando soldados descansados e partíamos em direção a igreja da Guia aonde fazíamos a troca da guarda e descíamos para Lucena utilizando barcassa nos mangues logo em baixo, lado sul, da igreja da Suia. A tensão na troca era nítida e o atalaia no Porte velho era o ponto mais vulnerável a um ataque do inimigo, pois era isolado dos demais tendo ao lado oeste uma grande planície. Era um trabalho rotineiro, mas a tensão dava um toque especial a cada dia. O ser humano se acostuma com o que é bom e com o que é ruim, tanto a paz acostuma a alma humana quanto o medo à segura o desejo de aventura. Porem como Salles me ordenou um segredo eu não temia, respeitava a morte e as situações, mas o medo era afugentado do meu coração, pois acreditava que ele atraia muitos males.



Apesar de participarmos de uma força armada tão gran¬de, uma das maiores do mundo, às vezes nos faltava farinha e pão. Nisto as praças e até os oficiais necessitavam caçar até como complemento de sua alimentação que era rarefeita . Os nativos eram taxados com impostos que eram entregues nos postos militares, mas as vezes este pagamento atrasava e em alguns casos não vinham. Além dos pesados impostos tinha os juros dos empréstimos que muitos tomaram da companhia das índias ocidentais e a alguns Judeus Banqueiros. Como o povo não tinha a cultura da produção como nos pai sés Capitalista todo este sistema ficava comprometido e falho. Os praças saiam nas horas vagas a caçar ou pescar e infelizmente começara a aparecer soldados mortos no campo.

Levando os soldados pelo forte velho encontramos dois soldados mortos entre as árvores. Patrulhas Lusitanas atacavam repentinamente soldados e camponeses que apoiavam os Holandeses partindo rapidamente não deixavam pistas. Por ordens superiores passei a comandar patrulhas que visavam encontrar estes guerreiros das sombras e do oculto. Era difícil a identificação deles que se passava por camponeses transportando suas cargas das aldeias interioranas. Foi designada alguma ajuda indigna Para nos auxiliar, mas nada encontramos só alguns cadáveres de companheiros nossos mortos a tiros, pauladas. Era um mundo complicado cheio de índios de diversas tribos que falavam o Tupi e o Dzebucuá Cariris, nativos mestiços e nobres de diversas nações. Isto impossibilitava a criação de um rosto comum ao inimigo. Ele, o inimigo do poder Holandês, tinha várias faces, índia, negra, mameluco, cafuzo enquanto a face do homem holandês era reconhecida até no mais complexo disfarce. Nossa língua era difícil para os nativos e até os nossos nomes eles não conseguiam pronunciar. Às vezes estes empecilhos nos tornavam solitários e a solidão enlouquece qualquer alma, até a alma do mais nobre dos príncipes.
Linge ordenou a investigação de alguns fazendeiros acerca do apoio aos Portugueses e ao pagamento de algumas dividas isto pressionado por alguns banqueiros.


Os empréstimos da companhia das índias ocidentais em Amsterdam beneficiaram muito o Brasil, mas alguns banqueiros exigiam Juros muito altos chegando a impossibilitar o seu pagamento e aquilo que parecia ser a salvação da lavoura foi a sua perdição. No meio desta guerra estava eu e meus soldados lutando por vários interesses que não eram os meus. Enquanto os meus homens passavam apertos e morriam por ataques repentinos, banqueiros levavam seus milhares de florins (dinheiro da época) para sua casa cheia de poupa e comida. É, a vida se apresenta muito desigual e enquanto alguns morrem outros riem, expressam suas gargalhadas através de suas bocas gordas e suas “Panças” avolumadas. Alguns se sentem no direito de beber e comer a carne do seu semelhante e para isto formam leis legalizando sua impiedade.


O poder tem duas admiradoras que vão para aonde ele for. A Falsidade e a hipocrisia são apaixonadas pelo poder e o cercam onde ele estiver. A esposa do poder chama-se política e sem ela, ele não consegue se estabelecer mas estas duas amantes dele nunca desistem de sua companhia. Apesar de a politica desconfiar ela nunca poderá flagrar a falsidade nem a hipocrisia com seu marido pois se isto acontecer ela o destitui de sua posição, todos que se aproximarem do poder humana terão que passar pela análise destas três mulheres que uma vez desagradada poderá excitar o poder contra o que desagradara. Aonde o poder estiver estará estas três mulheres apaixonadas por ele. Mas um dia o poder morreu e em seu túmulo descansava tranquilamente, mas escuta uma voz sobre o seu berço eterno:

- Falsidade, eu amei muito este poder e ninguém amou ele mais do que eu.


- Hipocrisia minha irmão queridinha, você pode ate ter amado ele, mas não mais que eu viu.


Neste meio tempo a Politicagem visitar seu marido e percebe a presença da hipocria e da falsidade.
- Oi hipocrisia , falsidade o que vocês estão fazendo aqui?


- Ah, é, estávamos esperando você vim ver o seu marido. Alguém nos disse que você iria vim então estamos aqui para chorarmos com você.
- Ah, como vocês são legais!

Desta forma, mesmo depois de morto, o poder não foge de suas mulheres. Aonde existir o poder existirá esta situação e conosco aqui na desembocadura do rio Paraíba e Sanhauá não estava sendo diferente. Muitos de nossos líderes estavam em busca de bens pessoais enquanto nós soldados nos matávamos mutuamente. Enquanto atracados nos fazíamos em pedaços os bolsos dos burgueses estouravam com a prata e o ouro, enquanto a boca deles declarava que estavam lutando por nossos interesses. Será que um dia isto mudará? Os Potiguaras lutavam fortemente ao nosso lado pela simples simpatia que sentia ao nosso respeito, sem garantias de futuro ou defesa de suas famílias em caso de sua morte, eles lutavam, lutavam, mas a gloria pertencia a alguns coronéis que mal falavam com eles depois das vitórias. O Povo segue seus lideres e os tiram da lama, mas eles esquecem e depois de limpos os chamam de sujos. Nós ainda dávamos mais atenção a eles que os Espanhóis e portugueses que nem mesmo os consideravam em suas reuniões de administração. Os holandeses tinham ao seu lado Pedro Poti, o potiguara, que era a mão forte nativa ao lado de nossas companhias.

Sem os nativos nenhum poder se estabelecia nestas terras quentes e úmidas. Andando nas matas do forte velho a saudade do aroma das flores em minha terra me alcançava e a voz de minha mãe era desejada ser ouvida, tudo parecia tão distante que a companhia de soldados passava a ser a nossa família. Para que os oficiais aprendessem o tupy o nosso comandante geral ordenou que fosse ministrado aulas no forte de Santa Catarina e pra isto trouxeram um frei chamado Domingues. Ele era um frei que não quis se dirigir a cidade de nossa senhora das Neves por motivos pessoais e como ele não representava perigo para o sistema foi permitido ele conviver entre nós. A muitos anos ele chegou nestas terras para o convento de são Francisco e evangelizava os índios da região de Baía da traição. Arrastava uma perna e um braço devido a uma doença que teve, mas dominava o tupy fluentemente. Passamos a ter aulas na sala de reuniões várias vezes por semana e nasceu entre nós uma grande amizade. O Frei morava em uma cabana feita de troncos e folhas na ilha da restinga e geralmente o seu ambiente era ilha da restinga forte velho, praia do Jacaré. Apesar de sermos de outra religião passei a ver naquele velho homem virtude e um bom coração. Nas minhas caçadas com os meus soldados sempre tirava um tempo para conversar com ele e dele obtia informações importantes do tempo, da história, dos índios. Realmente aquele velho religioso era uma biblioteca de conhecimentos. As nossas muitas conversas ele me contara que o interesse desesperado de Paulo Binge em retomar a cidade de nossa senhora das neves estava debaixo do convento de São Francisco.


Domingues - Van Soares o interesse de Paulo unge está no tesouro dos Holandeses que se encontra sob o templo de São Francisco. Afinal existem vários comentários de muitos tesouros nas cavernas de São Francisco, mas o tesouro dos Holandeses é um fato, pois eu vi as escavações feitas ao lado do templo para esconde-lo.


Van Soares - Mas eles sabem que o senhor viu?


Domingues - Não


Van Soares - Mas por que o senhor está a me contar isto já sou um oficial?

Domingues - Você é um homem que tem um bom coração. Eu sinto isto!

Domingues me contou muitos segredos tanto dos Portugueses, Espanhóis quanto do meu próprio povo e seu domínio desde o começo. Contou-me também a História do Padre Antônio da piedade que deixou a sua segurança para salvar os soldados feridos. Ele foi ferido e morreu no convento de São Francisco por este ferimento. A história de João Mattos Cardoso o grande herói do forte de Santa Catarina que comandou o forte por mais de quarenta anos e não o abandou até a morte. História de índios e suas crenças, seus costumes. Sempre que eu podia comparecia a casa do velho frei que se recusava sair daquela região.


A vida de um soldado é dinâmica, ele é ensinado a não pensar só obedecer. Mas a minha mente era investigativa e costumava criar as suas próprias idéias acerca das coisas e dos fatos. Nem sempre as coisas são como nós é apresentadas, mentes tentam dominar mentes para obterem lucros para este fira utilizam as idéias como arma de domínios.


O homem vive em conflito porque dentro dele há um conflito constante. Parece que a alma, espírito e corpo vivem tendo desarmonias gerando uma espécie de inquietação na vida de cada ser vivo. A vida é enigmática e gosta de causar surpresas em cada curva da estrada que caminhamos. Perseguimos a perfeição, mas não precisamos ser perfeitos para sermos felizes, precisamos apenas amar. Porém ele é como o relâmpago que nos assusta mesmo que estejamos o esperando ardentemente. Como o relâmpago traga a sua força com a terra assim são os corações que se amam. Eu era muito jovem e meu coração não tinha senti-a incrível força do amor e mediante o ambiente em que vivia achava eu que tão fenômeno não iria acontecer nunca. Mas como algumas flores que teimam em crescer mesmo em meio a horríveis pedregais assim é o amor que surge mesmo em meio a terríveis ambientes colorindo e perfumando a nossa alma.
Nas minhas horas vagas pedi permissão para caçar no forte velho aonde pretendia caçar e depois na ilha da restinga comer a caça com Domingues o velho freio Na minha atenção vi nas árvores um barulho então preparei a minha arma com uma tensão, pois poderia ser um animal de grande porte.


As folhas continuavam vagarosamente se mexendo como se a caça estivesse se dirigindo para um lado. Eu não deixaria de jeito algum esta caça fugir. Vagarosamente fui seguindo os galhos que se mexiam pronto para atirar e levar para casa de Domingues o meu almoço. Engatilhei a arma e apontei quando vagarosamente subiu entre os arbustos uma mulher linda, morena de cabelos e olhos pretos, nua com seus cabelos cobrindo os seus seios pontudos magra de altura média e sorriso contagiante que me deixou sem ação totalmente. Apesar de ter em minha mão uma arma engatilhada era eu que estava rendido mediante tamanha beleza. Durante algum momento ficamos parados um na frente do outro sem palavras como se os nossos corpos estivessem trocando informações sem que a nossa consciência soubesse de fato o que estava acontecendo. Apesar de ter visto muitas índias e índios aquela era diferente, parecia que já nos conhecíamos a muitos anos e sem palavra os nossos corações fizeram longos discursos. O impacto foi tão grande que todas as minhas ideologias pensamentos filosóficos e preparos se renderam a um simples sorriso de uma índia. Eu estava caçando, mas acabei sendo a caça e atingido por um lindo sorriso me rendi ao amor.
- Ei, meu nome é Van Soares de Goa.


A nativa depois de me observar correu tendo ao seu lado várias crianças nativas que corriam nuas em meio ao mato. Enquanto corria o seu cabelo longo e preto pareciam uma bandeira a acenar para mim sobre aquele corpo nu. Corri atrás dela procurando falar com ela e com muita dificuldade a alcancei, segurei em seu braço magrinho olhando em seus olhos misteriosos. Novamente os nossos olhos se analisavam e as palavras não vinham a minha boa. Nada adiantava falar, pois ela não compreendia a minha língua nem eu a dela apesar das aulas com o Frei. Segurando eu seu braço eu me desconhecia pois insistia em olhar para ela quando estendeu a sua mãe pequenina e frágil me dando uma fruta típica daquela região. Peguei a fruta e soltei-a a qual saiu correndo com as crianças que a acompanhava sorrindo e olhando para trás. Existem coisas que passam anos para nos marcar apenas alguns instantes, porém existe alguns instantes que nos marca a vida toda. A Imagem daquela índia com seu sorriso rasgado e espontâneo foram gravados em minha mente que insistia em repetir, repetir a cada instante da minha caminhada. As maiores surpresas que temos não estão nas situações que passamos na vida, mas as reações que temos a elas as que mais nos surpreende. Nas surpresas os instintos falam mais alto deixando de lado todo o nosso universo de lógicas e idéias. Depois do encontro com aquela índia o meu universo se alterou grandemente como se surgisse nele um novo sol e muitas partes desconhecidas rapidamente se apresentaram. Para a ilha da restinga com a pouca caça que tinha em mãos, porém com o coração caçado por um sorriso de um coração índio. Será que eu iria ver ela novamente? De que tribo pertenceria aquela tão bela nativa?
A partir do dia que conheci a nativa que nem mesmo sábio o nome passei a anda tendo os meus olhos a procurar aquela que, como uma flor nativa, vi no meio dos arbustos e o cheiro da sua alma encantou a minha. O amor é como uma fome da alma que desesperadamente procura se alimentar com a simples presença de seu amado. Meus olhos procuravam a todo instante aquela que eu tinha visto e seu olhar me absorvido para dentro das profundezas de seu coração. Para surpresa minha, na troca da guarda do posto de observação Atalaia vi novamente a beleza selvagem. Ordenei que os soldados seguissem a frente para o seu posto e fui até ela como se fosse realizar outra coisa Para os soldados não desconfiarem. Desta vez ela não fugiu e estava só a eu observar. Tentei conversar com ela, mas ela não compreendia nem tão pouco eu em suas respostas. Sentamos sobre um velho tronco e conversamos com a alma já que não nos entendíamos um ao outro. O Amor é uma linguagem universal e sem tradução nem interprete todos o compreende quando ele aparece. Estava ao meu lado uma jovem aparentando dezenove anos, nua, linda com um cheirinho de flores do campo que olhava para mim com sua propriedade, como se ela estivesse tomado posse de mim desde o dia em que me viu. Um beijo longo foi à resposta de nossos corações acelerados que se amaram em meio a relva. Envolvido pelos seus cabelos suados eu selava o meu destino dentro de seu corpo sedento de mim. Nada falávamos um da língua do outro, mas os sussurros e gemidos por ambos são compreendidos. Como o beber a água pura do rio de manha cedo foi o nosso amor próximo à atalaia no forte velho. As árvores eram nossas cortinas e os gemidos da índia eram abafados pelas folhas da mata. Os lençóis eram as folhas secas e sua fome e sede de amor parecia deixar ela louca. Sorrisos e gemidos expressavam a nossa grande atividade que nos levava as nuvens. Exausta e suada com aquela pele negra ela cai sobre o meu peito suado e adormece rapidamente o que é acompanhado por mim quase instintivamente.


Soldados - Van Soares cadê você? Van onde estás?


Os soldados estranharam a minha demora e eu fui acordado pelos seus chamados. Talvez eles pensassem que eu tinha sido atacado pelos Portugueses. Me levantei e chamei a nativa amada com um grande beijo.


- Vá embora, os meus amigos estão vindo ai. Vá agora! Depois você volte a me procurar.
Dei a uma peça do meu sinto e a despedi por outro caminho para os meus soldados não vê-la.


Soldados - Van Soares onde estavas?


Van Soares - Eu estava com muita dor na barriga e decidi descansar um pouquinho antes de subir esta ladeira tão grande.


Soldados - Senhor tenha cuidado com as patrulhas lusitanas se ela pegar um oficial terá um grande prêmio nas mãos.


Van Soares - Vamos homens!


Desde que nos experimentamos o amor jamais esquecemos o seu sabor e nunca deixamos querer participar desde fenômeno que acontece entre a matéria e o transcendental. A alma, o espírito e a carne como planetas distantes se alinham formando um espetáculo de infinita beleza. Alimentei o costume de “Caçar” constantemente admirando os meus amigos, pois nada ou quase nada trazia. Sobre o atalaia observando o horizonte estrelado ficava sonhando acordado, pois o amor é um vinho que sempre nos faz delirar.


Soldado Jacob Gutemberg - Senhor, senhor ei senhor!


Van Soares - Sim?


Jacob Gutemberg- O senhor parecia que estava sobre aquelas estrelas longinqua.


Van Soares - É neste lugar de ampla visão viajamos mesmo.


Lecheev – Senhor, mas nada mudou na atalaia a visão e a mesma desde do dia em que chegamos aqui.


Van Soares - É, mas existe coisa que acontece conosco que colorem a nossa vida e tornam as estrelas mais brilhantes. E apesar das estrelas estarem no mesmo lugar repentinamente notamos a sua incrível beleza. Nada será colorido se dentro de nós estiver zinza!


Lecheev - Uhhh, o tenente está tão romântico.



Jacob - Esta caça diária está fazendo muito bem ao senhor oficial.


Nunca me senti tão bem como naqueles dias e sobre o andar final do Atalaia eu me sentia leve seguro e realizado. Sintomas de um verdadeiro e grande amor. Mas eu não sabia o nome dele então copiei o nome do irmão de um de meus soldados que se chamava MERCIEN. Fiquei ancioso para contar a ela como a chamaria. No dia seguinte corri para o nosso lugar de encontro e as árvores da floresta parecia abrirem caminho para um coração cantante, pois o amor é musical, e quem ama sente incrível vontade de cantarolar. Cheguei na árvore de nosso encontro mas nada havia.


- Cadê Mercien?


Por instantes o meu coração ficou apreensivo, mas como uma deusa da floresta ela subiu entre os arbustos com uma flor azul em seu cabelo e um sorriso de alegria de me ver.



- Mercien. Você será chamada de Mercien tá.
Como era seu costume correr e pular agarrada ao meu pescoço foi desta forma que ela me disse sim calando a minha boca com um longo beijo de amor um beijo de amor ressuscita qualquer alma mesmo que a muito tempo ela esteja apodrecida. Enquanto nos amávamos as árvores pareciam bater palmas a tão precioso e raro sentimento.
Havia um rígido controle dos holandeses sobre os seus jovens evitando assim a mistura das raças e ate a religião através dos reverendos nos proibiam a nos relacionarmos com mulheres de outras religiões e povo. Havia a proibição da relação sexual antes do casamento e cada jovem havia um tutor. Nisto a necessidade de esconder tal relacionamento havia com o perigo de haver uma transferência para outra província dominada pelo império Holandês.


Eu não iria abrir mão do meu amor nem da minha ordenação de oficial. O amor, esta cola celestial que traz até o nosso vazio a matéria necessária para o total preenchimento. O homem poderá conquistar terras riquezas e poder, mas se não tiver conquistado um coração de uma mulher nada terá conquistado. Não existe lugar no mundo mais confortável do que o interior de um coração que nos ama ardentemente. Existe uma estrela no coração de cada um que brilha com mais intensidade cada vez que apenas olhamos para aquela que nos quer bem.


Utilizando a desculpa de investigar as mortes dos soldados atacados por patrulhas dos revoltosos portugueses fui até a tribo dela que ficava a uma distância razoável do posto de observação Atalai e igreja de nossa senhora da guia. Como é que aquela índia caminhava tanto só pra me encontra? É o amor não mede distância e não ver as dificuldades. Chegamos até a tribo dela com a nossa tropa e fomos recebidos com muita alegria e admirados eles olhavam constantemente para nós. Lá estava Mercien entre os seus a olhar para mim com aquele brilho no olhar que só os amantes têm. Descemos ate o chefe da tribo que pertencia à nação potiguara, ele se chamava Potyguassur e era muito grande. Este índio era tão grande que parecia dois e segundo fiquei sabendo, ele era neto de um holandês que naufragou na praia do Holandês outros diziam que ele era filho de um italiano que naufragou em um navio espanhol na região chamado Filipe Lorenthz. O fato era que aquele índio até sorrindo para nós nos dava medo. Seus braços eram enormes e seu semblante como de um guerreiro cruel. Para minha surpresa enquanto falávamos Mercien se aproximou e ele a abraçou o que me irou tremendamente. Mas para alívio de minha alma herói e era filha dele e como os índios costumavam ter filhos muito cedo tive medo que ele fosse o marido dela. As tribos naquela época se constituíam mais ou menos de duzentas pessoas exceto alguns lugares que tinham uma grande concentração indigna que era o caso de Baia da traição, Campina Grande e partes do recife com os tabajaras. Dentro de sua casa de palha os anciões nos receberam e falaram conosco sendo traduzido pelo frei Domingues.
Os índios - Estamos a colaborar com vocês até a mais terrível guerra. Nossa tribo é amiga dos holandeses desde que eles chegaram aqui.



Van Soares - Queremos pistas dos que matam soldados nossos em ataques repentinos nas estradas e matas,

Índios - Nós não sabemos nada acerca deste assunto. Muitos brancos passam com suas tropas de burro pra lá, pra cá. Não sabemos que é mau ou bom para o seu sistema. Mas estamos atentos para qualquer informação repassarmos pra vocês.

Van Soares – Obrigado


Índios - Vamos comer e comemorar a chegada de você.


Aquele povo poderia não conhecer as letras dos brancos, mas eles eram receptivos demais, sabia receber os amigos.


Comemos e bebemos em abundância logo que entregamos a eles os nossos presentes: espelhos, foices, facões o que trouxe muita alegria. Potyassur recebeu de minhas mãos um facão de quase meio metro e os demais se encantaram com as muitas mercadorias que receberam. Eles sabiam fazer festa e agradecer a. cada presente que recebera. Enquanto a festa entre os homens prosseguia as mulheres de longe olhavam para nós e Mercien conversava e sorria Para mim. Parecia que ela se tornara importante pelo simples fato de estar comigo. Na grande recepção que fizeram para nós um índio me busca e frei Domingues me segue. Potyassur queria falar comigo urgente o que me trouxe um certo receio. O que ele queria falar comigo? Será que ele já sabia de tudo e queria lavar a sua honra de pai ferido? Fui até ele em um lugar um pouco afastado e a tensão do momento foi grande, os olhos do Frei Domingues demonstrava temor, O que iria acontecer?


Potyassur - Van Soares de Goa você anda se encontrando com a minha filha?
Van Soares - Diga a ele Domingues que sim.
Frei Domingues nos traduzia e havia certo medo em sua voz demonstrando haver em seu coração medo daquela situação inesperada. Potyassur mandou chamar sua filha que veio as pressas atendendo ao seu pai.


Potyassur - Você gosta dele minha filha?


Mercien - Sim meu pai.


Potyassur - Você tem o coração de minha filha e o corpo também e segundo a nossa cultura vocês têm que se casarem.


Quando ele falou nisto as minhas pernas tremeram, pois assim que os meus chefes descobrissem esta confusão eu seria transferido imediatamente talvez para o Recife aonde havia constante combate. Mas a coragem e a virtude são qualidade que nos livra de muitos males. Resolvi contar a Potyassur a verda¬de do ocorrido.
Van Soares - Sim Potyassur amo a sua filha e a quero só pra mim. Mas eu preciso de tempo para contar aos meus chefes o ocorrido para que eu não seja transferido desta terra. Segundo a minha lei eu não posso casar ainda com a sua filha, mas eu a quero muito.


Potyassur - Você a ama?


Van Soares - Sim, muito!


Potyassur - Então apartir desta data ela será a sua mulher e um tempo será dado até que seu povo aceite a nossa aliança entre me e te. Ela será conhecida na nossa aldeia como a mulher do oficial Van Soares. Certo?
Van Soares - Sim.


Ele me pediu para dançar a dança do Toré com os seus e com sua filha que segundo ele já era a minha esposa para sempre. Para alguns isto poderia representar uma situação embaraçosa, mas para mim uma felicidade inexpressável. Dançamos a dança toré e outras que foram sendo realizadas, neste clima de festa fomos até a manha. Cansados fomos chamados a uma cabana especial, forrada de couro de animais e bem fechada por todos os lados. A mim o chefe branco, como eles chamavam, foi me dado uma cabana separada dos demais aonde deitei exausto.


A surpresa foi, quando eu estava deitado em profundo sono senti um calor ao meu lado e quando observei era Mercien deitada como se fosse a minha mulher possivelmente trazida por seu pai. Esta situação era muito comprometedora, mas eu seguia a filosofia de não temer apenas respeitar a vida. Dormi profundamente ao lado de minha esposa índia.


Ao me acordar fiquei a imaginar o que a minha família iria dizer, será que iria aceitar? Mas a sabedoria nos diz que devemos viver a nossa própria vida e não a dos outros, viver por aparência é comer um fruto que só tem a casca. Eu não; imaginava ainda como aquele ato e casamento iriam influenciar em minha vida apartir daquele momento. Retornamos para o forte de Santa Catarina e apresentamos ao oficial superior o que a ele interessava. Não encontramos pistas dos vassalos e nenhum rebelde nos foi delatado.






FORTE DE SÃO FRANCISCO PARAÍBA

ESCRITORJOILSONDEASSIS

JOILSONDEASSIS

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