CAPÍTULO III OS SONHOS DE VAN SOARES DE GOA HOPPER E SEUS MISTÉRIOS

CAPÍTULO III



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JOILSON DE ASSIS
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Preso ao forte de Santa Catarina passei a ter vários sonhos. Em um deles sonhei com combates intensos, tiros e soldados invadindo o forte em um intenso combate.


Atracados os guerreiros lutavam bravamente e de seus corpos saiam luzes que mudavam de cor e intensidade constantemente. Até aqueles que estavam mortos no chão brilhavam com luzes ao redor de sua carne quando de repente todos são ABSORVIDOS pelas pedras e terra do forte. Como se as pedras os sugassem para dentro de si. Todos aqueles homens desapareceram de minha vista e a ninguém eu via mais.
- Cadê eles? Eu me perguntava. Estranho ao que aconteceu passei a andar no forte deserto sem nenhuma pessoa para ser vista. Ao andar curiosamente entre os cômodos do forte percebi um som, mas não sabia donde ele vinha. O som sai de dentro das pedras! Os guerreiros estavam brigando dentro das pedras como se eles estivessem dentro delas. Ao tocar em uma delas saiu dois guerreiros atracados em plena luta que depois voltaram para dentro da mesma pedra, foquei em outra pedra e novamente saiu outros guerreiros que se degradavam que depois de algum tempo retornaram a pedra aonde saiu. Depois disto ouviu uma voz do céu nublado que dizia: As memórias não passam, elas são absorvidas pelo ambiente e passam a viverem nele! Eu ficava sem compreender tudo aquilo quando como em uma magia passou por mim dois amigos que brincavam. Eles não me viam, continuavam suas brincadeiras inocentes. Quando de repente estas memórias que estavam dentro das pedras do forte saíram lutando e entraram nos dois rapazes que foram possuídos por ela e passaram a brigar entre se. Repentinamente os dois amigos estavam se enfrentando como as duas memórias da pedra e ambos foram destruídos em combate. Depois de mortos suas luzes foram absorvidas pela pedra e passaram a fazer par te da natureza dela.




Acordei-me ofegante com todas aquelas cenas sem saber o que exatamente elas significavam. Será que eu estava ficando louco? Por que passei a ter tantos sonhos enigmáticos? Falei com o reverendo e ele me disse que isto tudo era algo da minha mente casada, sobrecarregada com os últimos acontecimentos. A resposta do reverendo parecia lógica, mas eu sentia que faltava algo, a resposta não estava completa. Assim que saísse daquela jaula eu iria falar com Frei Domingues talvez ele tivesse uma resposta para minhas indagações. O que estava acontecendo comigo parecia algo insano, mas o que é sanidade? Nem a sanidade nem a loucura o homem sabe o que é apenas tem uma leve idéia. Como à uma casa em construção viemos a este mundo e de certo partiremos dele e esta casa ainda continuará em a ser construída. Neste mundo apenas prestamos um serviço temporário as coisas que nos cercam pois tudo neste mundo tem um prazo de validade. São tantos os mistérios que a nossa pequena intelectualidade não consegue compreender e apesar das muitas explicações tudo parece esconder um mistério, um enigma.




Na minha prisão eu pensava nela e seu nome era doce como o mel. Mercien, que nome lindo! Só em pronunciar o nome daquela que eu amava não me sentia mais só. A idéia de ser pai me fascinava e eu contava os minutos para voltar lá pra fora e cair nos braços daquela que era o meu paraíso terrestre. Os relâmpagos iluminava a baía dos holandeses e o forte de Santa Catarina onde eu estava. A água escorria pelas pedras e de fora soprava um vento molhado a umedecer o meu rosto. Onde estaria Mercien naquela hora? Eu tinha a impressão que ela estava a ver aquela chuva: em seu barraco de palha, olhava a mesma e o vento molhado umedecia o seu rosto também junto com suas lágrimas. Pensando nela dormi suavemente ouvindo o som dos pingos da chuva. Em meu sono profundo sonhei novamente desta vez eu entrava em um lugar cheio de portas e quartos e em um deles entrei.


Empurrei a sua porta pesada que fizessem aquele som de dobradiça seca e enferrujada. Dentro daquele compartimento vi várias pedras pretas como se fossem de ferro e sobre elas: olhos, narizes, boca, orelhas, pés, mãos, umbigos, bunda, língua, tripas, coração, fígado, rins, pênis e outros órgãos humanos. Pareciam vivos e até o coração batia forte e cada vez que eu me aproximava dele mais batia.



Boca - Há, há, há , há há! Que cara tolo .



Todos aqueles órgãos passaram a rir até os miolos que estavam no meio dos demais deu boas gargalhadas de meu medo.



Van Soares - Quem são vocês, que são?



Umbigo - Nós somo! um e um somos nós.



Boca - Ele não entendeu nada. Há , há , há , há há!



Orelhas - Você boca fala demais. Você e a língua sempre passa o pés pelas mãos.



Língua - Eu não disse nada, você é que está ouvindo demais. Pés e mãos - Pés pelas mãos que estória é esta.




Então todos passaram a falar de uma só vez e foi grande a confusão naquela sala. Todos queriam mostrar suas razões ao mesmo tempo.



Nariz - Calem a boca.



Fígado - Não se meta aonde não é chamado!




Rins - Vamos se organizar gente.




Pênis - Assim não dá pra se concentrar.




Miolos - Calem a boca todos agora! Nós desculpe Van Soares as vezes a situação foge do controle. Nós somos o homem, pois o ser humano é um ser pluralizado e todos os seus órgão, até aqueles tidos como mais insignificantes fazem parte do pensamento humano. Às vezes todos os pensamentos estão em alinhamento mas como você pode ver as vezes os miolos perdem o controle sobre os demais órgãos.



Pênis - às vezes o homem perde a cabeça então eu o domino. Olhos - Eu é quem domino.



Nariz - Sou eu.



Miolos - Calem a boca.




Boca - Eu estou calada, não falei nada, não falei nada.



Bunda - Todo mundo esquece da sua própria bunda.



Pés - É , sou eu que levo esta galera toda.



Olhos - Sim, mas sou eu que dou a direção viu.



Miolos - Calem a boca, assim vocês vão acabar perdendo o juízo.



Van Soares não ligue com esta bagunça, pois de perto e na intimidade ninguém é normal. A loucura Van Soares é exatamente quando um destes órgãos toma o controle dos miolos. Todos são normais enquanto esta inteligência se mantém em harmonia c em linha, mas se um destes tomar o controle a loucura é declarada.




Pênis - É, os miolos só querem mandar, mas é através de minha cabeça que o homem pensa as vezes.




Coração - Vocês são tão vazios! Nada é completo sem o coração. Sou eu quem dá vida e cor a tudo! O homem seria tão pobre se fosse constituído só de lógicas, eu tenho as minhas próprias lógicas e ninguém consegue dormir tranquilo quando eu estou ferido ou apaixonado.



Língua - Ah, uhh, você é cheio de engano. Temos que ter cuidado com você.




Coração - E você, que mata até o rei. Foi você que matou a caveira.




Olhos - Eu sou inteligente e a tudo observo. Eu sou demais!



Boca - Gananciosos não pode ver uma bunda.



Bunda - Alguém falou de mim?




Pênis - Você não sua burra, as outras.




Miolos - Van Soares todo homem tem que aprender a viver com todos estes, seus interesses, qualidades e defeitos para que sejam felizes. Não dá para fugir de suas opiniões, qualidades e defeitos, mas não podemos deixar a vida toda nas emoções de um único órgão, porém não podemos deixar de ouvir suas vozes e atender seus desejos. Alguns morreram por ouvi-los demais outros ficaram loucos por não atender certo que a razão da vida é o equilíbrio dentro e fora do homem.
Coração - Van soares, obrigado, muito obrigado, pois quem ama massageia o seu coração, o seu coração... coração...




Soldado – A corte oficial da vigília; o café da manhã chegou.




Acordei-me como, fosse de outra dimensão, vinte de uma viagem longínqua, tão cansado que parecia que não havia dormido. Que sonho louco eu sonhei, mais um na minha grande coleção. Que mundo é este que temos que entrar nele todas as noites, pequenos, fortes, fracos, sábios e nédios visitam este universo virtual todas as noites e por mais que especial o homem não viverá sem dormir. Parece uma lei do todo poderoso e ninguém poderá fugir a ela. Por que vamos até este universo invisível? Talvez para que os nossos órgãos se comuniquem e a alma trace seus planos e recupere suas feridas.




Chegou finalmente o dia da minha liberdade e passei a pensar naqueles presos que passam muitos anos em cadeias, outros em uma ilha deserta eram soltos para morrerem a míngua. Como somos maus e os homens mais aperfeiçoados não passam de selvagens civilizados. Todos somos selvagens e feras perigosas! Nada mais leve que o ar da liberdade e o céu se torna mais lindo para que está com sua alma colorida com as cores da liberdade e do amor. Olhei para o forte velho e Lucena sabendo que por ali haviam vários órgão querendo me ver em ação e estes órgãos não eram os meus.




Voltei a tomar conta da guarda do Atalaia e igreja de nossa senhora da Guia. Como estava ansioso para chegar ao forte velho onde ficava o atalaia e ver a minha amada Mercien. Em barcassas levei a guarda para render os soldados enfadados pelo tempo, mas só pensava em meu amor. De longe observei Mercien entre as árvores do forte velho e me alegrei por ver a sua silueta entre os matos.




Soldados - Oficial Van Soares vá fazer a sua “caça nós prosseguiremos sozinhos. Vá Oficial!




Van Soares - Obrigado amigos.




Os pés corriam pelo mato apressadamente como se fossemos para uma festa. Abraçamos-nos entre as árvores daquele lugar e de longe dava para ver o semblante dos meus companheiros. O amor e o ódio logo manifestos encontram aliados, que sentem prazer com a sua simples manifestação. Ah, nos amamos como nunca parecíamos estar sedentos e famintos um do outro. Mal dava para falarmos, os nossos braços e pernas pareciam desesperados um pelo outro. O que é o amor? o amor é uma estranha sede e fome pelo amado. É algo estranho ao humano, pois é metafísico e estranho ao metafísico, pois é humano, é o incrível vínculo da matéria e do transcendental. Como uma festa a dois nos amamos intensamente e naquele momento parecia que só existia nós dois: Van Soares e Mercien. Corremos atrás de tantas coisas para sermos felizes e completos, mas só é necessário alguém que nos ame intensamente.







Depois do amor intenso vem aquela paz e dormência da simples vida de mortal e dormimos profundamente. Deitado sobre a sua barriga parda e linda dormi próximo ao portal de seu paraíso. Em meu sono de amor sonhei com tuna ambiente parecido com uma grande floresta com árvores gigantescas e solo coberto de folhas. Existia uma mesa árvores ao meio de um circulo de árvores gigantes e em seu tronco próximo as enormes raízes tinha uma mulher em cada árvore.


Elas eram variadíssimas, tinha magras, gordas, lindas, feias, negras, brancas e elas tinham idades variadas. Todas estavam nuas e em seus corpos havia imensas raízes em forma de veias. Raízes cruzavam suas testas, pernas, coxas e de suas costas saiam uma grande raminação de veias que se estendiam até seus seios desnudos. Seus cabelos pareciam folhas e seus pés eram raízes que davam sustentação aos seus corpos lindos. Estas mulheres escreviam contas e códigos em plaquetas que eram cascas destas grandes árvores. Elas pareciam apressadas e escreviam concentradamente suas contas intermináveis e incompreensíveis como se estivessem com um alvo a alcançar. Eram 46 mulheres concentradas em suas imensas árvores com raízes gigantescas. Tentei entendei suas contas mais eram complexas demais para mim. As suas mãos eram super treinadas e o carvão que utilizavam para escrever escreviam códigos numéricos e letras em harmonia. A inteligência delas superaram muito a rainha consciência e pouco eu poderia compreender de tantas somas e fusões matemáticas.




Enquanto aquelas mulheres faziam suas contas intermináveis veio uma mulher e uma voz disse: Atenção para a lei da vida! Então entrou uma mulher aparentando seus quarenta anos com cabelos bem penteados e amarrados para trás vestida com uma roupa formal e diferente. Ela parecia ser muito séria e severa e a todos olhava diretamente nos olhos com muita profundidade. Ele veio se sentou ao redor da árvore que parecia uma mesa e disse!



- Eu sou a lei da vida representante direta do altíssimo na manifestação da vida e existência. Apresentem-se a mim as raças!
Todos estavam parados perante aquela mulher tão poderosa observando as suas ordenanças. Então se apresentaram duas mulheres que vieram de fora do grupo que lá já estava cora aparência igualmente a árvores só que a cor de uma era branca e a outra parda como a cor de Mercien.



A lei - Termos do acordo ?



As Raças - Amor e paixão.



A lei - Então cumpra-se a lei.



Então aquelas árvores se aproximaram uma da outra e uma fumaça as escondeu de minha vista. Quando aquela fumaça desapareceu as duas árvores raças já não havia somente uma contendo a cor das duas. Retiraram-se as raças fundidas em uma só árvore então a lei declarou suas razões.




A lei - Sou representante do altíssimo e domino a vida apresentem-se a mim as naturezas.



A lei - Quem conseguirá calcular as frações da vida e suas somas quem executará? Qual a árvore que poderá fugir de suas raízes e a carne de seus princípios quem compreenderá? A Lei do todo poderoso é viva quem poderá combater contra ela!
Os sonhos já estavam fazendo parte de minha rotina, mas eu tinha que encontrar um explicação mais satisfatória do que aquela recebida do reverendo. Na primeira oportunidade deixei os sentinelas no Atalaia e desci para nossa senhora da guia donde dei uma desculpa para visitar o velho frei Domingues.



Descendo a ladeira da igreja de nossa senhora da guia passei a imaginar quantos por ali já passaram que não mais existem nesta terra e quantos irão passar depois que eu não mais existir. Parecemos um pingo em meio a enxurrada da vida que não termina em nós nem tão pouco começa. Peguei o barco para atravessar de Lucena para a ilha da restinga e passei a ver o horizonte e as pequeninas ondas daquela baía e imaginei quantos estão sepultados naquela Baía? Quanto em um imenso combate deixou seus corpos naquelas águas verdes do rio Sanhauá? Ninguém sabe os nomes deles nem que foram se amavam alguém como amo Mercien, quais seriaram seus sonhos e desejos.




Ao ver aquelas águam tão tranquilas nem mesmo dava para pensar nos gritos que elas calaram e nos gemidos que ela sucumbiu a vida realmente um mistério! Ao longe eu via o forte velho donde vinha à imagem do meu paraíso de amor, onde estava Mercien.
Aquelas mulheres que escreviam seus cálculos eram chamadas de naturezas e eram elas que iriam dar a luz aos instintos. De seus úteros iriam sair vários instintos segundo as suas naturezas. Elas se apresentaram de duas em duas a lei da vida levando com elas suas contas nas cascas das árvores. Com muita reverência elas apresentavam a lei da vida suas contas nas cascas das árvores as quais eram analisadas pela poderosa lei. Como uma juíza ela fundia as cascas escritas que eram devolvidas as naturezas que saiam de sua presença.



As naturezas - Senhora lei eu não quero ir com ela (A outra natureza) pois ela é má.




A Lei - Desde que o primeiro homem fez o acordo o bem e o mal nesta vida tem a mesma oportunidade.




As naturezas - Senhora o meu par vai produzir maus instintos atrapalhando tudo.
A lei - Compete a soma final aceitar ou não estes instintos. Porque na vida o bem e o mal estão adiante do homem compete a ele escolher a quem seguirá. Ninguém será totalmente bom nem totalmente mal haverá sempre um grito tentando o oriental?.
As naturezas - Assim se faça senhora.




De par em par todas as 46 naturezas foram se apresentando a lei da vida e tendo fundida as suas somas . O par teria apenas uma programação a seguir e mesmo que uma fosse diferente da outra teria que obedecer a soma que apresentou e agir dentro das limitações das mesmas. Aquelas somas eram profundas demais de sorte que a inteligência que está em nós é bem maior que superficial consciência e inteligência que apresentamos no exterior.




Os remos me conduziam a misteriosa ilha da restinga, mas a vida me levava para aonde eu não sabia. Os pescadores passavam por mim e retiravam os seus chapéus em sinal de respeito a farda que levo mas em nada sou melhor que eles somente a vida me trouxe sorte em ser o que sou. Eu sei que a inteligência nos traz muitos dotes nesta vida, mas a ocasião e a sorte a tudo altera. Alguns fazem tudo certo e nada dá certo, outros sem preocupar-se acabam acertando sem nenhum esforço aonde outros morreram tentando. São mistérios da existência!




Chegando a ilha da rés tanga logo procurei o frei das isolações um homem tão frágil que sem armas ou dinheiro, sem muito estudo ou exército causa tão grande respeito a todos que o conhece e até eu, um oficial da marinha Holandesa o procuro para tirar duvidas que os livros e mestres não me esclarecem. Tão lógico que era eu como me tornei um sonhador de enigmas, por quê? Vivemos nesta vida em uma ilha de certeza cercado por um oceano de incertezas, de duvidas. De fato, que nesta vida não há uma certeza que não traga consigo uma dúvida e nesta realidade muitos sábios se perdem. Coitado do homem que tenta gerar para tudo uma resposta o que ele conseguirá será bastante frustração para a sua alma. O que eu gostava do frei Domingos era o fato dele querer ser de Deus enquanto outros religiosos davam a impressão que queriam ser divinos. Alguns não se conformam em ser apenas simples bons homens eles querem ser divinos e fazem de suas regras mandamentos sagrados. A prepotência de alguns religiosos demonstram que eles não servem somente a Deus, eles servem a sua imagem de divinos, super escolhidos e dão a impressão que o centro de todo o universo são eles. Deus pertence supostamente a eles e o fato de acreditarem em Deus os fazem únicos escolhidos do altíssimo. Alguns chegam a dizer que são escolhidos antes da terra ser formada e outros rejeitados antes da existência de todas as coisas. Neste ponto os Calvinistas que nos visitava me dava nojo, pois o Altíssimo escolheria um e outro não antes de o criar? Deus faria homens para povoar o inferno? Não existiria o livre arbítrio? Se fosse desta forma seriamos bonecos de Deus, feitos para sermos apenas fantoches do Divino. Reste ponto eu me afogava em dúvidas, meu pai era protestante ferrenho em crença e práticas já minha mãe uma protestante convertida do Catolicismo tinha muitas dúvidas principalmente sobre linhas calvinistas que delimitavam a ação de Deus para salvar apenas um grupo pré-escolhido. Havia nestes reverendos uma centralização no poder de Deus esquecendo-se de sua pessoa boa para com todos os homens que vem a esta terra.




Cheguei na casa do frei Domingues e ninguém encontrei. Chamei, chamei , andei ao redor e a ninguém vi. A casa do frei era de Paus e folhas de árvores e sua cama improvisada com folhas e troncos. Sua cozinha tinha algumas panelas barro, talheres velhos e um fogão de lenha, era tudo muito simples. Sem ter para onde ir permaneci em sua casa o aguardando pacientemente. Deitei em sua cama e vi ao lado de sua velha caneca, uma moeda de ouro o que me estranhou bastante já que ele era um homem muito pobre. Ouro, como ele tinha conseguido? Pensando adormeci profundamente.
Sonhei passeiando no forte velho e ao meu redor estavam vários amigos que brincavam, conversavam entre se. Estávamos em harmonia e nada nos perturbava. Próximo aquele lugar passava Mercien com vários amigos ao seu redor que iguais aos meus brincavam , conversavam em se Mercien para e passa a olhar para mim e eu para ela, com isto as fluas turmas de amigos passam a se observarem também. Ele olha calorosamente para mim e vem à minha direção até chegar bem na minha frente. Os nossos olhos se contemplavam e tínhamos a impressão que todo o nosso corpo observava, um ao outro. A mão olhava para a mão dela, os pés observava os pés dela e assim a impressão que tínhamos era que todo o corpo observava todo o outro corpo. Como se eles comunicassem códigos entre se e um ao outro admirava. Enquanto este mistério acontecia os nossos amigos se analisavam cuidadosamente e uns já demonstravam amizade, outros demonstravam antipatia de fato que as duas turmas de amigos demonstrava sinais que iriam se fundir em um só grupo de amigos. Alguns destes amigos chegavam até a discutir, outros já brincava e se comunicavam abertamente com se a amizade fosse antiga.




Em poucos instantes as duas turmas de amigos se tornaram uma e até os antipáticos aceitaram a companhia do outro.




Van Soares - Mercien quem são estes que nos acompanham como amigos?



Mercien - São os instintos que nos acompanham por toda vida. Amamos com cada órgão que temos e com os instintos que possuímos o amor se estabelece. O problema, do amor está no fato que não amamos somente com as nossas idéias, mas os instintos são os que determinam muitíssimos comportamentos. Os instintos são mais forte que as idéias e os mesmos sempre as modificam segundo suas naturezas. Através dos instintos nossos antepassados comanda Parte de nossa vida, um direito que eles tem já que somos apenas pedaços deles ainda vivos e atuante sobre a terra. O seu bisavô ainda está vivo, pois você queira ou não é um pedaço dele , de sua carne, de sua natureza. Nisto muitos instintos visam manter em você esta natureza que tem os seus direitos, direitos , dir ...



Frei Domingues - Van Soares acorde! Van Acorde!



Van Soares - Ah, frei , me desculpe acabei dormindo em sua cama. Me desculpe!
Frei Domingues - Nada meu filho, se você não tiver medo de pegar velhice e chatice de um velho frei poderá dormir a vonta¬de na minha cama.



Van Soares - Cadê aquele cafezinho que o senhor faz?



Frei Domingues - Ah, desse jeito vou acabar cobrando pelo meu café. Há , há , há
A Alma do frei era ótima e qualquer ambiente ficava agradável com a sua simples presença. Tomamos café com bolos feitos de mandioca e aproveitei para contar as minhas muitíssimas dúvidas.



Soares - Frei eu estou muito preocupado comigo. A alguns dias passei a ter muitos sonhos enigmáticos, longos com histórias variadíssimas. Eu não os compreendo e fico admirado, pois nunca tinha tido tantos assim. Estaria ficando louco frei?
Frei Domingues - Há , há , meu filho você veio para um lugar cheio de mistérios os quais você nem imagina. Houve um caso pa¬recido com o seu a alguns anos atrás com um naufrago Italiano chamado Filipe Lorenthz depois dele ter casado com uma nativa filha de um pajé Cariri que habitava junto ao grande rio norte da Baía da traição. Eles passaram a ter muitos sonhos depois deste matrimônio. Dizem os Beneditinos que habitavam esta ilha que os franceses destruíram sua tribo e ele fugiu para os cariris de interior. Quando duas almas se fundem em amor os seus universos também. Seus tesouros bons e maus se fundem e o mundo espiritual também. Uma só carne com dois espíritos. A Herança da índia chegou até você e o mundo espiritual está te dando alguns presentes.




Van Soares - Mas isto não seria anti-bíblico?



Frei Domingues - Anti bíblico? A Bíblia toda tem inúmeros casos de sonhos e visões. Existe livros da Bíblia que foram escritos só de sonhos e visões como é o caso do apocalipse de João. Daniel, Ezequiel se destacaram em visões e sonhos e José salvou o Egito quando discerniu o sonho de Faraó. Até o menino Jesus foi salvo por intermédio de um sonho que seu pai terrestre teve. Desta forma os sonhos são algo enigmático, mas não estranhas a mente e a normalidade. Só porquê eles não são cristãos não fazem de seus sonhos e espiritualidade coisas do diabo. Temos que admitir que Deus apoia a Igreja Católica Romana, mas não é Católico , Deus apoia a igreja protestante mas não é protestante. Deus não pertence a nenhum povo ou ideologia. Pertencemos a Deus, mas file não pertence a nenhum de nós. Deus não é propriedade de nenhuma religião mesma que algumas deixem transparecer isto. São manifestações de dons que por algum motivo se manifestaram em você, foi agraciado e deveria escrever estes sonhos e tentar entender estes enigmas tão profundos. Ver a teologia potiguara como algo a se aperfeiçoar em Cristo e não a ser destruída. Esta índia que você chama de Mercien deu a você não somente o coração, mas a alma, o espírito e o mundo espiritual de seu povo.Ela foi o portal Para você entrar em um mundo maravilho de espiritualidade diferente, como se os Potiguaras tivessem tomado você para a raça deles e te dado o poder de ser um pajé de sua etnia.
Van Soares - Frei eu não tenho palavras para te agradecer.




Frei Domingues - Então agradeça com o coração pois eles are comunicam sem palavras através de seus códigos secretos.




Ouvindo aquele frei e sua ideologia percebeu a grande importância de um homem sábio da religião. Todos já cometeram acertos e erros terríveis, os militares , os cientista, historiadores,os médicos, e os religiosos mas os referidos erros não anulam a sua importância para a sociedade, para o povo cm geral. Como não existe ninguém totalmente bom ou mau , também não existe ninguém totalmente sábio ou nécio, todos tem as suas limitações;só os hipócritas pensam que são infalíveis.
Todo homem precisa de um amor, de uma profissão e de um amigo sábio. Frei Domingues era este amigo que tanto procurava. Conversávamos sem parar e pesar dos sotaques serem diferentes as idéias se uniam em uma mistura Perfeita. Naquela conversa na ilha da restinga o frei começou a me contar um pouco da história da mesma desde colonização até naquele momento. A ilha serviu de forte para os Portugueses e Espanhóis em tempos de guerra, serviu de abrigo para ordens religiosas de diversas ordens principalmente para os Beneditinos que se isolavam na ilha. Havia em alguns tempos rivalidades entre as ordens e até combates entre as mesmas foram registrados geradas por disputas por locais e templos. A ilha da restinga foi chamada de conceição e pertenceu a Manoel de Azevedo logo que a região de João Pessoa foi ocupada. Manoel de Azevedo criou uma rivalidade muito grande com os índios Potiguaras que em um ataque repentino o matou juntamente com seu filho e seis criados. Este ataque-fez com que as- terras da restinga voltasse a capitania, mas o Governador Feliciano Coelho cedeu a ilha a viúva como recompensa pela morte de seu marido. De posse da ilha novamente Isabel Caldeira deu a ilha como dote para uma filha sua que estava para se casar e com a morte de Isabel seu genro Manoel homem da silva vendeu aos beneditinos em 1610. Os beneditinos transformaram o seu nome de ilha da conceição em ilha de São Bento Santo de devoção da ordem. A ordem dominou a ilha por 24 anos até o domínio holandês em 1634 . O frei disse que a ilha da restinga poderia ser chamada de ilha do tesouro, pois os beneditinos costumava enterrar pertences de nobres da cidade de nossa senhora das Neves (João Pessoa). Os beneditinos costumavam cavar covas profundas e enterrar seus escritos e tesouros na ilha que era distante de tudo e todos. Nela havia uma grande mata e por sua localização o assalto se tornava difícil.


Na direção sul da ilha da restinga seguindo o rio segundo o frei da amizade existia várias ilhas menores que tinham vários nomes e eram utilizados por ordens religiosas para esconderam tesouros dos nobres da região, outros vinha do Recife fazer seus depósitos secretos. Costumavam esconder baús de madeiras nobres dentro da água com barras de ouro e joias trazendo apenas correntes até a terra enterrando-as em terras profundas. Os beneditinos eram guardiões de muitos tesouros os quais estão bem em baixo de nossos pés ou na água ao redor da restinga. O frei fez mais declarações dizendo que segundo os beneditinos existem vários barcos e barcassas afundadas ao redor da ilha seguindo o Sanhauá até a ilha do bispo, pois como o nome mesmo dia, rio Sanhauá é um rio de difícil navegação. Muitos marinheiros se perderam em meio às armadilhas do rio e afundaram com muito ouro prata e até florins. Ao lado leste da ilha existe um navio holandês afundado de grande forte cheio de ouro e outras riquezas trazidas para conquistar os moradores destas terras logo após o domínio dos militares.



Frei Domingues - Van Soares estamos sobre um grande tesouro.
A ilha da restinga é um banco secreto.



Van Soares - Frei por que está contado estes mistérios a mim?
Frei Domingues - Às vezes ao ver a sombra da morte nos desesperamos com o peso de nossos segredos.



Van Soares - Frei o senhor vai ver muitos anos!



Frei Domingues - Oficial a morte só necessidade uma desculpa.



Ele continuou a contar os mistérios da ilha e os pontos principais dela. Segundo o frei da conversa e da amizade existia um ponto na ilha aonde havia aparições; de seres espirituais do mal e se estes pegassem uma pessoa em uma determinada faze da lua arrastaria até o mar aonde a pessoa desaparecia.Ele disse que a restinga era um lugar sagrado e uma sacerdotisa potiguara foi morta e estuprada sobre o lugar destas aparições. A partir deste momento um demônio passou a habitar esta região da restinga até aqueles dias. A força do mal espiritual se alimentaria com a força do mal feita na carne e teria autoridade de matar. O lugar era restrito e escondido e de difícil acesso e muitos soldados e doentes que eram isolados na ilha foram mortes inexplicavelmente. Além destes fatos estranhos na ilha a mesma seria visitada muito antes da colonização portuguesa por outras nações entre elas Vinkins, Mulçumanos e Chineses os primeiros a chegarem na ilhas. Os chineses teria habitado na ilha por muitos meses enquanto faziam suas pesquisas no interior da província e seriam eles vida vai te entregar tesouros. Lembre-se disto:




Será que seria sintomas da idade ou verdade o que o frei me dizia.



Frei Domingues - Sim, Van Soares, quando eu morrer venha me enterrar e o local escolhido por mim da sepultura será aquela elevação bem atrás daquela pedra.


Que história louca, mas a simpatia do frei era cativante e suas palavras eram firmes e pareciam verdadeira. Ele me disse que visões fariam parte do meu dom e com algum tempo eu passaria a ver coisas e seres espirituais. Eu não deveria temer, mas aprender com os códigos das visões e sonhos. Enquanto eu conversava com ele e comia um guisado caiu de minha mão como se fosse retirada por uma força a colher Caindo no chão. Alguém estava chegando disse o frei então minutos depois Mercien apareceu para mim buscar como se fosse uma dona. É bom ter alguém e pertencer a alguém, nos dá a idéia de utilidade.



Frei Domingues - Quando vamos para algum lugar pensamos neste lugar então a energia que existe em nós vai adiante e nos envolve. Neste jogo de pensamento e energia objetos como colher, facas e garfos são energizados e às vezes reagem assim caindo das mãos, mesas. É mistério Van Soares e você está entrando nele agora os verdadeiros desbravadores destas terras e a restinga e o forte velho seriam suas primeiras moradas.



Ao ouvir aquele padre com tantas informações me rei com tanta sabedoria, com tanto conhecimento. Repentinamente o velho frei resolveu revelar todos os seus segredos para mim.



Frei Domingues - Se qualquer um destes banqueiros e estrangeiros imaginasse os tesouros que estão aqui virariam a ilha de ponta cabeça.



O frei me mostrou objetos que encontrara na ilha como copos e espadas de diversas nacionalidades. Uma espada chinesa e um crânio gigante que achou enterrado na ilha. A ilha da restinga, o forte velho, a ilha das cabras eram os primeiros pontos de encontro para aventureiros e desbravadores Europeus. Tendo em seu solo uma história e riqueza imensa escondida até pelos religiosos da antiguidade.
Frei Domingues - Van Soares você ver dos pontos de observação luzes como se fosse tropas na restinga?



Van Soares - Sim. Mas são patrulhas Batavas atrás de vassalos.
Frei Domingues - Será ? Os oficiais Holandeses guardam as suas provisões em ouro e prata da mesma forma que os Beneditinos e piratas. Você ainda não sabe porque é jovem mas Paulo Linge tem muitos tesouros no convento de São Francisco e depois que ele perdeu o poder sobre aquela região passou a coloca-lo aqui. Oficial estou contando isto porque você tem bom coração.



Falar com o frei Domingues era uma aventura devido a multidão de assuntos que ele disponibilizava. Encontrei satisfação em suas palavras, conselho e já não mais me assustava com os sonhos que passaram a ser bem vindos e anotados cuidadosamente. Dormir com Mercien parecia uma entrada para seu universo e com várias observações passei a desconfiar que o sexo tem muito mais que prazer e satisfação. Através dele os indivíduos trocam informações genéticas em uma dimensão que ainda não é conhecida. O sexo traria aos seus praticantes uma viagem por dentro do universo racial, genético, virtual de cada um. Seria literalmente uma viagem para dentro do outro uma leitura da carne e das raças existentes em sua companheira de cama. Algo tão simples, mas que segundo as minha observações ia muito além do contemporâneo e da consciência comum, A simples troca de líquidos prazerosos escondia uma leitura profunda um do outro que poderá trazer profundas transformações. Cada vez que me deitava com Mercien algo em mim era acrescentado pelos códigos secretos do amor. Os sonhos viam como água descendo a ladeira em tempos de chuva como se quisesse me ensinar alguma coisa.




Nas noites junto a Mercien no forte velho eu sonhava profundamente e em sonhos eu estava em uma floresta diante de uma grande cachoeira que tinha pedras pretas como ferro ao lado da água que caia. À água era limpa e doce para beber, água fresca que alegrava a alma. Depois de beber aquela égua me sentei ao lado e comecei a observar a paisagem bonita e viçosa.



Pedra - Oi Van Soares de Goa Hopper.



Van Soares - Orna pedra que fala que já viu?



De repente todas as pedras começaram a falar de uma vez só muitas coisas e eu não entendia nada. Existia dois grupos de pedras: Um do lado direito outra do lado esquerdo. Algumas ao falar saiam de suas bocas bolhas de ar e água que possuíam olhos. Umas pedras produziam bolhas suaves e com aspecto que eram do bem já as outras bolhas eram feias, pretas, roxas e tinham os olhos maus. As bocas das pedras não paravam de falar e muitíssimas bolhas eram produzidas. Quando as bolhas boas caiam na mata as plantas ficavam viçosas e verdinhas, mas quando as bolhas más caiam na floresta secavam tudo, transformando tudo em um deserto imenso. Eu me assustei em meu sonho. Porém ele não parou e as bolhas continuavam sendo produzidas pelas bocas das pedras. As bolhas boas quando caiam em animais eles cresciam e saiam pelo mundo correndo e felizes. Já com as bolhas más caiam em algum animal ele ficava doente e rabugento.




Van Soares - Parem, agora parem de tanto falarem!
As bolhas - Prá lá rá lé, lá rá, Prá lá...


Van Soares - Eu disse parem agora!




As pedras não paravam de falar e o mundo inteiro ia se enchendo de suas bolhas. 0mas bolhas davam vida, outras tiravam a vida e o brilho das coisas. Comecei a jogar pedras nas pedras para ver se as bocas paravam de pronunciar coisas que se transformavam em bolhas.



Pedras - O que é ?



Van Soares - Parem com isto estão estragando a floresta inteira já que umas bolhas dão vida e cores e as outras tiram a vida e as cores das coisas.
Pedras - Estas bolhas boas são as bênçãos proferidas que a tudo dá vida, gera uma boa sorte sobre o que cair. Já as outras bolhas más são maldições que destroem a vida , a esperança e tiram as cores da existência. A boca do homem é a sua maior sementeira e de suas palavras se alimentará a sua existência. Todos que amaldiçoam são vítimas de suas palavras e os que abençoam são beneficiados de uma forma ou de outra pela benção que invocou. Saiba Van Soares que o homem será escravo de suas palavras e senhor de seu silencio.



Van Soares - Como vencer as bolhas más?



Pedras - Gerando o dobro de bolhas boas, enfrentando as más sem medo. Pois o homem necessitará enfrentar suas maldições se quiser destruí-las.
Então, sai atrás das bolhas más as destruindo com as minhas mãos porém eram muitas , muitas , não dava para vencê-las.



Pedra - Van Soares para apagar um fogo temos que ir na sua origem; combata o mal com o bem só assim ele não produzirá mais.



Fiquei pensando em meu sonho o que significava o código dito então instintivamente cheguei do lado das pedras que soltavam bolhas más e tudo que ela dizia eu rebatia com o antônimo em voz alta.




Pedra - Maldito, infeliz, nada dá certo ...


Van Soares - Bendito, feliz, tudo dará certo ...



Pedra - Amaldiçoado, desgraçado , triste ...


Van Soares - Abençoado, cheio de graça , alegre , feliz ...



Cada palavra que a pedra dizia eu falava o antônimo bem na frente dela e bolhas de luz saiam de minha voz até a pedra. Por um momento nada parecia mudar até que aquelas pedras depois da minha boca as perdoar passavam a soltar bolhas de vida que em tudo que tocasse dava vida e sorte. Falei tanto que cansei, mas ao cair exausto entre as pedras da cachoeira percebi que aquelas pedras só soltavam bolhas boas que davam vida à floresta e a tudo que tocasse.



As pedras- Isto mesmo Van Soares. Só vencerá as maldições quem enfrentar suas maldições produzidas pelos pais ou pessoas próximas. Lembre-se da boca do homem comerá o homem.


Satisfeito com o resultado da cachoeira continuei indo para floresta grande e densa. Sn meus sonhos eu caminhava e dizia pra mim mesmo que iria vencer sem temer. Andando em meus sonhos topei com um homem com cara de esperto que me disse:



Homem - Quem sou diga-me? Sou a sustentação daquele que faz o bem ou o mal e sem mim nenhum homem poderá fazer estas amas coisas?



Van Soares - Não sei .




Homem - Não sabe! Eu estou bem abaixo de seu nariz e dentro dele também. Quem sou? Van Soares - Eu não sei.



Homem - Em alguns lugares eu sou adorado, em outros soo. Subjulgado.
Quem sou?



Van Soares - Não sei, é tudo muito confuso.



Homem - Sim me diga quem sou, sou casado com uma mulher chamada carne.
Van Soares - Não sei.



Homem - Você e outros terão que me ouvir, pois ninguém consegue viver sem as minhas opiniões . Que sou?



Van Soares - Não sei ainda.



Homem - Meu nome ê corpo que cada um terá que levar para onde for, pois ao mesmo tempo em que sou conduzido, conduzo. Sou um companheiro por toda vida, produzo prazer e dor as meus possuidores, mas sem mim nada resta além do vazio. Levo ao pecado, mas conduzo ao pés de Deus e para ele trabalho; sou esperto , sou nécio, filosofo e ignorante mas por mais que perturbe ninguém que se ver livre de mim, Através de mim matam e dão vida e em mim até o Altíssimo remiu os nossos pecados através de sua morte. Sem corpo ele não poderia morrer para dar vida, mas se alguém ouve a minha esposa e segue caminhos loucos acabará em escuridão. Eu sou o corpo e quem está livre de mim só é chamado de morto.




Aquele homem esperto com cara falava verdades e se dizia ser o corpo dando uma característica mística ao meu sonho. Deixei aquele que falava comigo mata a dentro de meus sonhos até que passei por uma árvore carregada de frutos. Passando por baixo a minha cabeça bateu em um dos frutos:



Fruto - Ei cara cuidado com esta cabeça grande!



Van Soares - Quem foi que falou, quem foi?!!!



Então olhei e vi que aquela árvore tinha boca e olhos e todos os seus frutos que eram parecidos no início com fruta pão eram cabeças de homens, mulheres, crianças, adolescentes. Era uma imensa árvore que falava e todos os seus fruto eram pessoas que se comunicavam um com as outras trocando opiniões, informações ou simplesmente observando.



Árvore - Oi van Soares de Goa Hopper!




Van Soares - Oi í?



Frutos - Este cara é meio doido mãe! Olha a cara dele como é engraçada.



Árvore - Meus filhos tenha calma, não fale assim com o rapaz. Outros frutos - Este cara tá meio confuso. Há , há , ha l Arvore - Yan Soares pra onde vais ?



Van Soares - Para o Atalaia render a guarda cansada.



Árvore - Todos nós somos um e um somos todos nós.



Van Soares - Como?



Frutos - Todos em uma só consciência e uma só consciência em todos.



Árvore - A vida é bem mais do que pensamos e o que pensamos é bem mais que a vida.
Frutos - Ele não está entendendo de nada mãe.



Árvore - Existe, fruto da união das nossas consciências uma consciência que pertence a todos, uma consciência coletiva.



Van Soares - Deus?


Árvore - Não. Deus é o supremo criador possuidor da sua consciência sagrada, uma pessoa única no universo. Mas ele fez sobre a terra e toda vida existentes sistemas autônomos que tem vida voz e vontade. Você já mandou o seu coração bater hoje ou mandou o sol nascer hoje de manhã?



Van Soares - Não.



Frutos - O mundo e todos os universos criados por Deus foram dotados de sistemas autônomos que interagem entre se não sendo necessário Deus descer do seu para que cada coisa seja executada.



Aquela árvore era a vida com seus frutos as pessoas f as consciências que são muitíssimas, mas vem de uma única e formam uma única. Existe uma consciência geral que é formada por cada um de nós como se as nossas mentes se formassem uma única que gera tendências e influencias em todos.



Enquanto eu falava com aquela árvore uma de suas cabeças frutos já velhinha cai do pé e morre no chão. Donde ele caiu nasceu outra cabeça jovem que começou logo a falar sem parar.



Frutos - Veja mãe, nasceu mais um filho seu e ele parece com o fruto da galha seis aquele que já foi a muito tempo.



Árvore - Van Soares as consciências são únicas e nunca repetidas com seu espírito, mas a força da matéria com seus instintos e reações são repetidas pela vida seguindo até urna ordem numérica. Sendo assim grupos e pessoas em instintos e raça poderão se reagrupar através de seus filhos e parentes. Um grupo já extinto poderá se reagrupar no futuro através de seus filhos e mesmo que seus espíritos seja diferentes de seus antepassados as informações da matéria gerarão tendência.



Van Soares - Sendo assim um neto de quarta geração poderá herdar os meus dotes na carne e na alma mesmo que não tenha o meu espírito?



Árvore - Sim. Você é único, mas geneticamente voei poderá passar informações precisas aos seus e depois de um tempo e metade de outro nascer uma soma, uma pessoa com características na carne semelhantes. Passamos para os nossos filhos muitíssimas informações que vão muito além da cor de cabelos e olhos. Passamos todas as histórias e caráter que temos. Lembre-se que Jesus foi o segundo Adão mesmo vivendo tão distante em tempo do outro foi o segundo representante da humanidade. A vida é uma grande somadora e de vez em quando as somas dão resultados parecidos, mas nunca iguais. A força e a vitalidade e repete como novas tentativas da natureza de chegar a um objetivo. Além das consciências dos homens existe uma somadora que gera tendências, recompensas e punições. A vida responde e faz voltar o que nela foi praticado com a exceção do perdão que anula esta lei.




Frutos - O mundo da consciência do homem não acaba quando ele acaba, ela se transfere para o centro das árvores que a guardam. Corpo para a terra, a alma para árvore e o espírito para Deus.


Van Soares - Não compreendo .




Árvore - O Homem compreende mesmo que não entenda. Frutos - O homem quando morre não morre. Há , há , há peda¬ços de sua carne ainda vivem em seus filhos; .
Árvore - Você Van Soares é composto de pedaços de seu pai, mãe, avós, avôs... Todos eles garantiram vida quando você passou a existir. De fato e desta forma o homem nunca deixa de existir ele apenas passa para outra coletividade. A sua carne Van Soares repassa suas informações para outra carne, uma soma Para outra soma, desta forma todos são um e uns todos.




Despedi-me daquela louca árvore que não parava de falar com seus muitos frutos falantes. Eram até engraçada com aquelas muitas cabeças a falar sem parar. Mas as suas palavras apesar de, serem cheias de mistérios eram sábias e faziam a minha cabeça pensar sem parar o que a minha mente não entendia.




É, parece que realmente vivemos entre dois mundos, o mundo das realidades físicas e o mundo das realidades virtuais. Todas as vezes que nos deitamos e dormimos entramos em outras dimensões e uma multidão de comunicações enigmáticas surgem em nossa mente. Não existe nada sem uma finalidade neste mundo, tudo tem sua razão de ser; os sonhos não fugiriam desta regra universal. Desde que conheci a Mercien estes fenômenos começaram a acontecer como se dela eu tivesse recebido um presente de Deus. Na vida quando os sonhos se acabam só nos resta horríveis pesadelos. Cada vez mais eu aprendia com os sonhos e algumas vezes passaram a ver cenários virtuais acordado como em uma visão espiritual. Novamente o Frei Domingues me disse que era a manifestação de um dom espiritual de Deus, Haveria segundo o frei , pessoas oprimidas por espíritos que viam coisas mas existiria um dom de Deus dito na Bíblia que demonstra esta possível capacidade que para mim no inicio era fantasticamente assustador. Passei a ver luzes de diversas cores e a media que elas pensavam as cores mudavam. Mas os sonhos continuavam sendo uma maravilhosa e enigmática viagem. Na minha rotina continuei a sonhar ao lado de minha amada potiguara e em um destes sonhos encontrei duas mulheres que viviam brigando, mas era irmão que tinham a responsabilidade de criar a sua irmã mais nova chamada de sanidade.
Lógica - Tudo tem uma razão lógica de ser, um mais um sempre será dois e dois mais dois sempre será quadro. O que seria do mundo sem mim a lógica. Eu sou a razão e o quadrado e tenho sempre razão, matemática de ser.




Emoção - Eu sou as cores da vida e como seria chato o mundo sem mim, cheio de razões matemáticas, Eu sou a alma da razão e tenho as minhas próprias razões que as razões comuns não entendem. Como seria chato o mundo quadrado sem as ondulações de minha presença.




Lógica - Você sempre coloca tudo a perder, você não tem lógica.




Emoção - Lógica? Quantos erraram utilizando você? Quando você falha sou eu que sustento tudo. Você é tão certinha mais os que utilizam seus serviços erram também.
Lógica - Você é louca descontrolada.



Emoção - Quantos loucos e psicopatas te utilizam.



Então aquelas mulheres passaram a brigarem e deixando a sanidade no meio da floresta a chorar muito. Elas discutiam muito e a criança sanidade chorava enquanto animais e aves perigosas, famintas olhavam para aquela pequenina criança indefesa a chorar. A Lógica parte para cima da emoção e as duas rolam agarradas pelos cabelos em meio às folhas da floresta do forte velho. Lobos e jaguar da loucura olhavam com saliva em suas bocas pronta para atacarem a sanidade que se desmanchava em lágrimas vendo suas duas irmãs mais velha a brigarem.



Lógica - Você é instintiva e louca faz coisas sem pensar. Emoção - S você que e lenta e burocrática e por muito pensar nada faz. O prazer se encontra em mim, sou eu que o faço existir.



Lógica - O prazer nasce em mim é lógico. Tudo é resultado de uma ação lógica.





Enquanto as duas irmãs brigavam irresponsavelmente a sanidade corria sérios riscos. Um jaguar selvagem vem sorrateiramente e pega a sanidade pela blusa e sai devagar enquanto as duas irmãs saem na tapa. O jaguar matreiro era seguido pela ave preta da depressão aguda e da incapacidade mental.



Lógica - Cadê a sanidade ???



Emoção - Meu Deus, ave Maria, crê em Deus pai ; cadê?



Então desesperadas correram mata adentro e em uma rapidez desenfreada acharam o Jaguar e a ave pretos prontos para uma refeição suculenta. A ave era grande e para proteger sua refeição atacou a emoção que se agarrou com aquele imenso pássaro preto. Já o jaguar atacou a lógica que se atracou com ele e nesta cena ambas lutavam com todas as forças, A luta foi muito grande, mas as duas juntas acabaram afugentando o grande jaguar e a ave de rapina de cor preta. Juntas à lógica e as emoções retomaram a posse da sanidade e mesmo em diferentes mundo elas se completam com suas

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