CAPITULO lll





CAPITULO III




JOILSON DE ASSIS
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As idéias são muito boas e devem ser seguidas para haver uma aperfeiçoarão, mas são os instintos que dirigem a vida dos homens, são eles que se manifestam nas situações e dirigem os nossos passos. Deveríamos exercitar as idéias e treinar os instintos, pois perante os instintos a idéias nada fazem. Já nascemos com um temperamento e com inúmeros instintos vindos de todos os nossos antepassados, pois somos um pedaço de cada um deles.

Eu não estava acreditando no amor que estava a viver e nem mesmo as reações que tive as situações que o cercaram. Qualquer oficial fugiria de um possível choque com os comandantes, mas eu não poderia negar a este amor e aborta tão lindo sentimento que crescia dentro de mim a cada dia que nascia. Eu sabia que era uma questão de tempo para alguém da cúpula do comando saber e me transferir ou até mesmo prender. Segundo eles, eu poderia estar trazendo, mau exemplo pra tropa e traindo a minha religião. Mas como eu poderia estar traindo a minha religião já que Deus estava me dando um tão grande presente?


A minha “caçada” continuava e todos os dias ela vinha me ver como sol vem visitar as plantas e dar a sua vida para elas. Como a falta de sol é a falta de amor, ela provoca um mofo na alma chamado de angustia que apodrece a alma. Mas quando Mercien chegava o sol da estrela existente em seu peito desintoxicava a minha alma sofrida a tornando em um belo jardim florido. Como é benéfico o amor!



Sobre o atalaia depois de ter visto a minha queria Mercien veio a mim um soldado montado em seu Cavalo.

Soldado - Senhor Van Soares de Goa?

Van Soares - Sim, sou eu.

Soldado - O capitão Adrian está chamando o senhor com urgência no forte de Santa Catarina.


Então desci do atalais e peguei a minha cavalgadura e me dirigi ao forte. Chegando ao Forte velho peguei uma balsa e me aproximei do forte com sua bandeira hasteada balançando no vento. Na verdade é uma linda bandeira! Chegando no forte baixaram a ponte de madeira e eu entrei para o meu destino.
Soldado - Senhor o Capitão Adrian está esperando na sala dos oficiais.
Van Soares - Obrigado.


O que iria acontecer depois daquelas escadas? Não importava eu iria ser o que sou e não iria mentir.


Capitão Adrian - Sente-se Van Soares. Vamos direto ao assunto: Tenho aqui duas denuncia contra você. A primeira diz respeito a uma amizade muito grande com um Frei da igreja Católica. A outra se diz respeito a um relacionamento com uma nativa da nação Potiguara filha do grande Potyassur. São verdades estas denuncias?
Van Soares - Sim senhor. Sou amigo do frei Domingues tradutor de Tupy e amo uma nativa que eu a chamo de Mercien.



Capitão Adrian - Você conhece o nosso sistema, não nos envolvemos com os nativos nem com pessoas de outra religião principalmente a Católica. Eu quero um basta destas duas situações viu! Eu não quero ouvir falar mais de Mercien nem deste padre como amigo. Você é um oficial holandês formado na companhia das índias ocidentais e eu não quero lhe perder. Estamos em conflitos constantes e você vem me trazer problemas. Se o chefe geral Paulo Linge souber disto tirará a sua farda ou no mínimo te transferirá para ilhas Antilhas ou Recife.


Van Soares - Senhor eu amo Mercien e sou capaz de perder até o cargo de oficial para ficar com ela. Já o frei Domingues é um amigo e a amizade não tem religião.
Cap. Adrian - Van Soares o tenho como um filho na vida militar e não quero perdê-lo por estes motivos que poderão ser resolvidos rapidamente. Vou te dar um tempo para se definir, não vou colocar no relatório para Paulo Linge e vou negar que sei de alguma se alguém me perguntar. Agora faça a sua parte!



O capitão Adrian viu a firmeza de meu coração e decidiu abafar o caso por algum tempo para não me perder como oficial. Ele fez vista grossa ao meu respeito, porém mais cedo ou mais tarde os demais oficiais saberia Paulo Linge entraria em ação. Mas eu não temia, eu apenas respeitava as situações.


Capitão Adrian .- Van Soares temos situações difíceis pela frente, os investidores estão requerendo os seus investimentos e muitos fazendeiros e senhores de terra não estão pagando. Te¬mos a denuncia que o senhor de ferras André dias de Azevedo,ele está conspirando contra o nosso domínio no engenho São Tiago Maior» temos que fazer alguma coisa.


Van Soares - Senhor esta informação foi paga? Capitão Adrian - Sim, faz parte da dilatação premiada Van Soares - Então não é de total confiança.



Capitão Adrian- Ele nos forneceu dados importantes que tropas vassalas estão sendo alimentadas e municiadas pelos habitantes do São Tiago Maior e Paulo Linge já ordenou a captura dos principais daquele engenho. Prepare-se!



É a situação era realmente difícil e muitas tropas vagavam entre as florestas e os canaviais. Preparei-me o espírito, mas o meu corpo pertencia a Mercien enquanto isto a minha alma descansava em um profundo paraíso. O Amor é um vício que nos faz bem enquanto dura. Eu não queria saber qual inimigo que iria enfrentar eu só queria amar, sentir o calor da alma daquela pequenina e frágil índia. O Forte velho depois da imensa baía era o nosso paraíso de amor e meus soldados já sabiam o meu costume de “caçar” diariamente. Entre as árvore do Forte Velho já tínhamos a nossa cama e não importava o lugar da cama mas a felicidade daqueles que se deitam sobre ela. O que eu poderia fazer já que Mercien era daquelas que se entregavam de corpo e alma à aquilo que ama. O Brilho de seu olhar contaminava a alma com o mais suave perfume era como uma hipnose. Como será que a minha mãe e Pai reagiriam ao saber que eu estaria casado cora ama nativa Brasileira? Talvez eles dizem: É Isto mesmo meu filho, ame intensamente .



Deitado ,tendo sobre o meu peito branco Mercíen a índia de pele morena e seus fartos, escutei um barulho e levantei-me vagarosamente para ver o que era tampei a boca de Mercien com as minhas mãos e percebi uma tropa Portuguesa passando com negros e índios. Eles estavam indo em direção ao Atalaia como se quisessem o atacar mas o que eu poderia fazer contra tantos homens? Deixei com que eles passassem e já a uma distância segura atirei um tiro de advertência alertando o atalaia que respondeu através de tiros dentro do mato. Com espelhos dei a localização do inimigo e fugi carregando pelo braço a Mercien. Enquanto corríamos ela segurava a minha mão e em um sonho eu corria entre as árvores.. Em amor até as mais terríveis das catástrofes se torna bela e alguns desastres se tornam motivos de riso.
Van Soares - Vamos Mercien Vamos, eles poderão voltar e nos localizarem!
Eu sabia que ela não entendia a minha língua, mas o amor é um idioma universal e até as feras mais terríveis o conhece. Expliquei a ela que eu teria que partir para semana era uma expedição em busca de revoltosos e iria passar alguns dias fora» Quando amamos fazemos do amado ou amada o nosso oxigênio e como a força do Oxigênio só sabemos a sua intensidade quando ele nos falta por alguns instantantes. Como foi difícil dizer aquela que eu amava que passaria dias distantes dela. Mas era o meu oficio e eu 30 não aceitaria ficar definitivamente longe dela.




Chegou o dia das tropas partirem e foram recrutados nativos Potiguaras e Potyassur se ofereceu sara ir com vários valentes mesmo sem saberem o que realmente estava acontecendo e o que iria acontecer. Eles vieram trazendo os seus facões e flechas, alguns traziam armas que lhes foram presenteados por oficiais. Nos reunimos passamos as ordens adiante de todos e fomos ao nosso destino. Os pastores calvinistas diziam que o nosso destino está escrito antes mesmos de nascermos, mas o padre Domingues me falou que o destino pode ate está escrito, mas quando olharmos a caligrafia notaremos que nos pertence. Estaria eu marchando para algum objetivo meu? Por que defenderia ricos e banqueiros com a minha própria vida? Estas respostas eu nunca as encontrei.

Marchamos pelas matas em Direção a vários destinos e não muito longe encontramos uma fazenda incendiada e fazendeiros que eram nossos amigos mortos. Quem haveria os matados? Certamente os vassalos, mas os populares poderiam pensar que fomos nós o que realmente aconteceu. Ao verem as nossas tro¬pas muitas pensaram que éramos nós és causadores daquelas mortes. A dificuldade de comunicação era muito grande e tudo era de difícil explicação, como não tínhamos tempo, partíamos sem os esclarecimentos devidos. Ah, que pena, corpos parecendo bonecos mortos e incendiados como se nada fossem isto causava certa irritação na tropa que ficava ansiosa para entrar em ação.
A Caminho dos Sertões sob a luz intensa da lua dormíamos guardados por algumas sentinelas. Sn sono profundo sonhei que estava em um lugar aonde havia uma festa muito grande. Pessoas riam e bebiam sem preocupações. Danças havia e crianças corriam entre os casais.


Depois de observar estas cenas de felicidade voltei a olhar para o salão da festa e não havia mais aquelas pessoas e em seu lugar havia cães de diversas cores e tamanhos celebrando uma caçada e seus despojos. Enquanto aqueles cães comemoravam outros cães chegavam junto ao grande terreiro e por alguns minutos as matilhas se observaram apenas com leves sons em suas gargantas. Os cães que chegaram queriam o chefe da matilha o que não agradou os demais cães que iniciaram uma luta ferrenha com os cães que chegaram de fora. A briga foi terrível e pescoços logo foram sendo esmagados pelos dentes da matilha intrusa. Os cães que chegaram eram grandes e estavam querendo briga. Com o preparo da segunda matilha os cães que estavam no terreiro foram mortos um a um até que todos pararam frente a uma cena inesperada. No meio dos cães raivosos uma bela, cria de uma cadelinha havia. Todos cães raivosos ainda com sangue em seus dentes pararam mediante a beleza daquela cria tão linda,de pelos brilhantes e olhos bem acabados. Acordei-me ofegante ao nascer do sol e fiquei a pensar o que estava acontecendo.


Soldado - Tudo bem Tenente Van Soares?



Van Soares - Sim soldado, foi apenas um pesadelo daqueles.
Continuamos a nossa caminhada era direção ao engenho São Tiago Maior passando por vários outros. Recolhíamos donativos e impostos não pagos pelo caminho até que chegamos junto ao engenho que estava em festa.


Van Soares - O engenho está em festa senhor.


Cap. Adrian - Não podemos aguardar aqui nos mosquitos e nas moscas o termino desta festa. Vamos e nos dirigimos ao chefe em particular.



Fomos ate a festa que estava muito animada, mas parou mediante a nossa presença. Demonstramos-nos simpáticos e não fi¬zemos de amigos para não causar tumulto. Os potiguaras estavam conosco e a presença deste tapuia alvoroçou o povo já que eles traziam os seus facões em suas mãos. Cassávamos entre o povo e negros com vários índios nos observavam profundamente.



Cap. Adrian - Estamos aqui para falarmos com o senhor André.
Dias de Azevedo ; Por favor chame-o .



Havia um tensão no ar e a casa grande estava lotada de pessoas nobres e simples vestidos para festa. Eu sabia que aquela situação era uma bomba pronta para explodir mas não imaginava o pior. Paulo Linge era exigente e o nosso capitão teria que executar suas ordens com rapidez se não quisesse sofrer repreensões.
Van Soares - Por favor queremos falar com o senhor André Mas de Azevedo ou qualquer que possa representá-lo .



Olhando ao redor estávamos cercados, mas quererá louco de iniciar uma guerra bem no meio de crianças, mulheres, velhos? Nunca devemos duvidar dos loucos, afinal eles são loucos. Um tapuia de uma nação desconhecida por nós veio e disparou de dentro da cada grande uma flecha bem no peito de um de nossos soldado que cai agonizando e assim o pior aconteceu, A tropa abre fogo para todos os lados e mortos começam a cair no chão. Todos estavam sendo atingidos até aqueles que nada tinham com esta guerra, tudo que se mexia era alvo em potencial, índios ferozes e até mulheres saltaram sobre a nossa tropa que reagiu fortemente. Potyassur nos defendia e com seu facão amolado ele cortava a todos que se aproximasse. A força dele era tanta que decapitava pessoas e membros só com um golpe de seu facão. Que cena terrível, aquele terreiro de alegria logo se tornou um terreiro de sangue, vestidos de festas de cor brancas logo se tornavam vermelho com o sangue daqueles que festejavam. Pessoas eram arremessadas de dentro da casa grande e mulheres eram agarradas pelo pescoço e mortas. Elas também nos atacavam levando desvantagem pelo despreparo geralmente morrendo na primeira investida. A cena dourou alguns minutos e nativos negros, mestiços, brancos experimentaram a força de nosso exército. Muitas vezes Potyassur me salvou das investidas dos furiosos que caiam aos montões. Os potiguaras mostravam sua força e ninguém podiam os combater.


Exausto de tanto lutar olhei ao meu arredor e vi os cadáveres espelhados pelo chão junto com pessoas que agonizavam com suas feridas de morte. Procurei a tropa e achei a sua reunião um pouco adiante junto a casa grande. Fui até lá acompanhado por Potygassur e a curiosidade era grande. O que fizera tantos soldados se ajuntarem assim já que estavam todos mortos? Olhei em meio a roda de furiosos e vi no meio dela uma linda mulher filha; de André Dias de Azevedo caída ao chão chorando vestindo um vestido branco com babados furados sobre os seus seios pintados com pinguinhos vermelhos. Nativos e soldados com suas facas e facões sujos de sangue não conseguiam matar moça tão linda e perfeita de parecer. Ninguém ousava matar coisa tão linda parecia que tinha sido feita pelo próprio Deus.



Soldado - Senhor matamos ela? Ela nos atacou com esta espingarda.
Cap. Adrian - Não deixe-a chorar seu mortos .



Não existem vencedores em uma guerra, existe sim o que tem menos prejuízo. Tantos mortos e outros que agonizam sua dor que para mim não tinha valor aquela vitória. Lembrei-me do sonho e temi. Nunca tinha experimentado sensação tão diferente e sonho tão enigmático que pareceu acontecer bem em minha frente. Apartir daquele momento passei a ter sonhos aonde animais representavam situações e a alma humana. Recolhemos os valores e partimos deixando para os da localidade enterrar os seus mortos. Entre nosso exército havia feridos de morte que tínhamos de carregar mas o peso maior era a imagem daquelas pessoas mortas e moribundas no chão. Partimos rápidos para não sermos alcançados pelos revoltosos que se escondiam na mata. Partimos em direção de casa como um cão ferido e em minha mente a imagem real e a do sonho me incomodava. Por que estava tendo aquelas imagens terríveis em minha mente a noite?



No caminho para o forte de Santa Catarina fomos atacados por um grupo pequeno mais bem armado de tapuias tabajaras com brancos Portugueses e novamente entramos em combate ferrenho o que fez com que eles fugissem depois de muitas baixas. O meIhor de uma viagem é sempre a volta para casa. Estávamos cansados, feridos e com a moral baixa , necessitávamos de um lar. Boa parte eu compreendia a luta daqueles nativos que pensavam que iríamos tomar o seu lar, mas na verdade estávamos em uma guerra que não era nossa e muitos, como os potiguaras, nem mesmo sabiam o porquê dos combates. A guerra é uma insanidade legal.



Depois deste massacre houve várias expedições que visavam patrulhar o território dominado e nestas patrulhas enfrentamos muitos combates, índios ferozes e lusitanos revoltosos, tivemos sempre a mão Potiguara ao nosso lado e sem eles o exercito Holandês não teria êxito em um território tão vasto. Ao nosso lado estavam sempre eles observando os inimigos e no ataque eles eram valentes era demasia. Na verdade os verdadeiros heróis de nossos combates foram eles que sem garantia nem ouro, nem prata lutavam pela simpatia com a nossa raça e causa. Eu não compreendia o porquê as autoridades da companhia das índias ocidentais não investiam pesado neste povo que demonstrou tão grande amor pelo Governo Holandês desde dia que o conheceu. Nasceu uma grande amizade entre Potyassur e eu em nome desta amizade inúmeras vezes ele me salvou de tapuias ferozes. O medo do exercito holandês era que os índios Cariris se tornassem aliados dos portugueses, pois se assim acontecesse teríamos muitos problemas já que esta etnia Dzebucuá Cariris era guerreira e grande ferocidade. Eles existiam na Região da grande Campina (Campina Grande) sobre a serra dos índios Borboremas e Bodopitás.



A nossa ação assustou os Vassalos que se aquietou trazendo uma paz aparente para o nosso forte que voltou a rotina. Novamente voltei a cuidar da guarda do Atalaia e da igreja de nossa Senhora da Guia. A falta de pão e moeda nos incomodava bastante mas a mata era rica e o mar nos dava excelentes peixes. Na guarda na igreja da Guia eu me perguntava olhando a paisagem:



- O que eu estou fazendo aqui? A única coisa de importante pra mim foi conhecer Mercien. O nosso governo quer investir nestas terras, assentar famílias, construir fortes e investir muitos florins para que este povo produza e cresça. Mas não seria um ótimo investimento amar, casar e constituir uma família mista? Talvez o erro dos Portugueses e Espanhóis sejam os seus principais acertos. Os mestiços dificilmente mudarão de lado, eles lutarão até a morte.



Olhando a paisagem norte pra o mar eu contemplava o Horizonte que parecia sem fim a minha vista e as nuvens se transformavam em figuras imaginárias então adormeci.
Soldado - Senhor Van Soares.



Van Soares - Sim Soldado?



Soldado - O capitão Adrian vos chama no forte de Santa Catarina com Urgência.
Sai apressadamente e ao pegar a barcassa vi Mercien a distância com o seu pai o guerreiro Potyassur. Então fiz sinal que iria retornar rápido, que eles aguardassem. Chegando no forte estava o Capitão Adrian e Paulo Linge o Governador das terras dominadas daquela região. O clima não estava muito bom e o ar estava pesado.



Cap. Adrian - Van Soares de Goa Hopper o secretário geral Paulo Linge quer falar contigo.


Van Soares - Sim senhor.



Paulo Linge - Van Soares quero parabenizar a sua ação no combate contra os rebeldes, os vassalos, os tapuias.



Van Soares - Obrigado senhor .



Paulo Linge - Você é um exemplo de guerreiro e oficial, mas estamos ouvindo acerca de um envolvimento seu com uma nativa potiguara filha de Potyassur. Todos estão comentando este romance seu com esta gentia. Você sabe que a nossa religião não permite o envolvimento com nativas e principalmente o sexo antes do casamento. O Capitão Adrian é o seu tutor e eu já o repreendi por ter deixado esta situação chegar a este ponto. A nativa é filha de um aliado importante nosso e qualquer problema resultará em desarmonia com este povo.



Van Soares - Senhor eu a amo e já me casei com ela na sua cultura.
Paulo Linge - O que? Você está casado com uma nativa? Ah, apesar das vitórias que você tem nos proporcionado muitos problemas você em causado. Não bastava a amizade com o Frei Domingues, um líder de outra religião, agora a nativa está grávida e você diz que está casado em uma outra religião com ela!



Van Soares - Grávida? Meu Deus eu não sabia. Ela está grávida que benção.
Paulo Linge - Benção ? Isto é problema para a nossa organização neste fim do mundo. Eu não quero problemas em meus domínios nem um problema.



Enquanto Paulo Linge falava as suas egoístas razões eu me alegrava com ótima notícia que recebera. Eu não temia, respeitava, mas não temia nem o poderoso Linge que estava preocupado com seus investimentos e riquezas. O sermão dele continuou com ameaças e indignação. Mas um soldado nos interrompeu:i
Soldado - Me desculpe senhor Linge. Potyassur, Frei Domingues estão fora do forte e deseja falar com vossa excelência.



Paulo Linge - Deixe-os entrar.



Eu estava maravilhado com a notícia e não queria saber de nada. Se fosse necessário fugiria com ela para viver a minha vida e não uma guerra louca cheia de interesses que não eram os meus.
Potyassur- Senhor Paulo Linge , Capitão Adrian e Van Soares meu genro. Nos potiguaras apoiamos a todos os holandeses desde que vocês apareceram na Baía da Traição com barcos lotados de feridos. Enfrentamos os portugueses e espanhóis magoados com este auxilio e juntos a vocês, combatemos várias guerras desde do início. A vossa lei nos favorece, mas não permite a mistura com o nosso povo, porém a minha filha quis amar a Van Soares e está grávida. Será uma afronta manda-lo embora, minha filha o ama.



Potyassur falava e o padre Domingues o interpretava e eu percebia que não pertencia mais só ao povo Holandês, mas o povo potiguara tinha me absorvido & me feito filho seu também. A Ameaça que o povo potiguara iria se ofender com a minha transferência causou certo medo em Paulo Linge que resolveu pensar no caso enquanto eu iria passar uma semana preso no forte. Depois eu voltaria à normalidade segundo Linge. O povo detém o poder, mas não sabe disto e poucos dominam sobre ele. Leis são criadas para proteger o poderoso e punir o pobre, pois o mal também pode ser legalizado. Fiquei preso uma semana, mas a minha alma voava com a idéia de ser pai.

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