CAPÍTULO l INÍCIO DO RELATO DE VAN SOARES DE GOA HOPPER

















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Joilson de Assis


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CAPÍTULO I








Partimos de Amsterdam rumo às terras do Brasil em 23 de Janeiro de 1647 sob grande aclamação e honra. Para as famílias dos soldados e oficiais recém-recrutados era uma honra ter um filho a serviço da companhia das índias ocidentais. Em meio a muito choro e aplauso eu me perguntava a que destino eu estava indo? Quando o navio partiu do porto e a terra foi se distanciando e fugindo da vista certa solidão coletiva recaiu sobre todos e novamente eu me perguntava: Existem realização e felicidade longe daqueles que amamos? Certa escuridão nos sobreveio mesmo estando em pleno dia de sol forte e um frio congelava nossa alma. Quando chegamos a este mundo encontramos todo um sistema pronto, cheio de regras e dominadores e este sistema é tão grande que vivendo ou morrendo parece em nada mudar o seu rumo. Somos como um pingo d´água que surge na correnteza da um grande rio e quando este pingo d´água evapora mesmo assim o rio continua a sua forma e rumo. Mas este pingo d´água se tornará verdadeiramente útil quando matar a sede de um ser vivente.




A solidão produz um mofo na alma chamada de angústia é como se estivéssemos nos inflamando. Mas a tripulação logo cuidou de socorrer esta situação com músicas e piadas. Alguns marinheiros eram verdadeiros palhaços e os palhaços são medida alma com simples gargalhadas espantam os fantasmas de a existência. Lá estávamos em alto mar rumo a um destino de heróis para combater uma guerra que não era nossa. Alguns pensam que lutam pelos interesses de seu país, mas sempre pensei que muitos morrem por interesses de poucos, para proteger seus bens. Mas o que podemos fazer se o sistema nos leva a esta sorte?




À noite eu via o mar e a lua como um casal sagrado a namorar e como um amor verdadeiro cheio de expectadores que são as estrelas que parecem aplaudir piscando o seu brilho de muitas cores. Deitado no convés olhando o infinito eu tinha a impressão que se levantasse a mão tocaria naquelas estrelas tão brilhosas, mas como o destino de nossos pés as estrela fogem do alcance de nossas mãos. Existem tantas coisas que fogem de nosso controle, tantos poderes que não podemos dominá-los, apenas respeitá-los e um deles é o coração. Quem o enganará pu calará a sua voz fugindo de sua força?




A vida é incrível e tudo nela parece novo até aquilo que é repetido. Á vida é cheia de dinâmica e fatos novos vão surgindo a cada curva nesta estrada imensa da existência. Até o velho repetido se torna novo, pois nunca se repetira antes. No Oceano sobre uma embarcação que meu pai construirá com seus ajudantes eu era tomado por uma sensação de aventura e junto aos marinheiros aguardávamos as novidades do mar da vida. Que belas embarcações eram aquelas que pareciam cortar as águas com a agilidade de um samurai. Meu pai dizia que os pais das embarcações eram os chineses dos quais tinha aprendido a sua arte. As velas com a nossa bandeira no topo dava uma sensação de brilho e força, todos aqueles canhões mostrava a autoridade da melhor marinha do mundo, os dominadores do mercado do mar. Dominávamos o mercado de transportes de mercadorias e grandes distâncias eram vencidas pelos marinheiros experientes da companhia das índias Ocidentais.




Durante os dias de nossa navegação percebia que nada somos sem um grupo que nos de a devida cobertura. E uma comida compartilhada é uma excelente maneira de fazermos irmãos. Na verdade estávamos sonhando um sonho coletivo e a esperança do que não sabíamos nos mantinha. Como o alimento sustenta o corpo a esperança sustenta a alma e a fortifica. Queres matar um homem destrua a esperança dele. Sonhávamos em sermos ateis e participarmos de algo grande que era o domínio do Brasil que andava com certa dificuldade. Sonhávamos com o novo com a importância de sermos ateis aos nossos oficiais e enquanto os dias passavam os olhos brilhavam com o brilho dos sonhos que vem diretamente da alma.




No mar ao longe vimos um esquadra de pouco navios e a tensão foi nítida. Haveria combate no mar ou não? Eram os espanhóis que cuidaram em passar ao longe e tomar um rumo rápido para fugirem de nosso alcance. Os Filipes tinham retornado o poder da coroa Portuguesa aos portugueses, mas ainda estavam presentes nos oceanos tendo como inimigos principais os Ingleses. Estávamos prontos para lutarmos mesmo que nunca tivéssemos combatidos antes, isto a maioria dos marinheiros e oficiais recém-formados. Estudei muito, mas nunca tinha experimentado a sensação de um combate verdadeiro. Nesta euforia de combate encontrei um marinheiro chamado Salles que a muitos anos servia a marinha Holandesa e já tinha viajado o mundo inteiro. Ele era baixinho, polaco e faltava alguns dentes em sua boca que insistia em sorrir. Já tinha uma idade avançada para a maioria dos marinheiros, mas acredito que o deixava servir como marinheiro por causa de sua grande experiência. Os oficiais não deviam conversar muito com as praças, mas uma conversa leva a outra e quando notei estávamos batendo aquele papo. Decidi fazer uma investigação pessoal do mundo que me esperava ouvindo o velho lobo do mar.




Salles - O senhor vai ficar aonde ?




Van Soares - fia Cabedelo na desembocadura do Rio Paraíba. Salles - Há, há lá é mais calmo. Eu vou para o Rio Grande do Norte. Mas poderei continuar com a frota, pois minha vida é o mar e a idéia de ficar em Natal pareVan Soares - Você já enfrentou muitos confrontos? Salles - Ah, muitos. Já vi várias vezes a morte em minha frente, porém ela não me levou pois não tenho medo dela. Respeito suas regras, mas não a temo por isto ela me respeita. Nunca tenha medo Van Soares da morte, a respeito, mas o medo atrai a força dela. Acredite na vida mesmo diante da face da morte por tiros de canhões nos recepcionando e centenas de barcassas com nativos e nobres sobre elas acenando com seus canhões e atirando para cima. Parecia que junto com os navios vieram à esperança e a segurança que todos aguardavam. Que cena linda a Baía de Cabedelo repletos de barcos, bandeiras brancas sendo acenadas, cavalheiros com suas melhores roupas e damas com suas sombrinhas coloridas acenando os seus lenços. A Baía estava repleta de homens e soldados Holandeses que coloriam as éguas verdes de Cabedelo fazendo ser a BAÍA DOS HOLANDESES. Nas bocas víamos os sorrisos e gargalhadas de alívio e de dentro dos barcos segurando suas cordas olhávamos o imenso brilho nos olhares. Eles não se cansavam de nos saudar quando os nossos barcos de aproximação desceram as águas para nos dirigirmos à terra houve grande vibração. Percebi o porquê Salles, o velho lobo do mar, queria tanto continuar navegando pelo mundo, a glória massageia qualquer alma a deixando dormente para as dores da vida. Quando me dirigi para o barco de aproximação junto com alguns oficiais Salles me chamou e me deu a sua faca de estimação.




- Oficial Van Soares leve com você esta faca, ela me trouxe muita sorte ela me acompanhou por toda vida é um presente!



Van Soares - Salles obrigado Deus o abençoe. Se nós não tivermos a oportunidade de conversarmos desejo a você muita sorte.



Salles - Lembres Van Soares não tema a morte, a respeite sempre, mas nunca tema. A coragem atrai a vitória!




Fomos aclamados pelo povo, índios Potiguaras, nobres e militares e nesta cena de glória eu entendi o porquê Maurício de Nassau se apaixonou tanto por estas terras, por este povo. Descemos nas proximidades do Porte de Santa Catarina e Paulo Linge um dos governantes da região dominada veio nos receber. O Oficial de maior patente recebeu as boas vindas de Linge e a turma vibrou. Cada cena era motivo de vibração como se o povo buscasse motivo para se alegrarem, expressarem suas alegrias interiores.

Muitos deles não sabiam que a maior parte da frota ancorada iria embora principalmente para Recife aonde havia conflitos mais grades, toda comitiva foi levada para junta da igreja matriz aonde havia mesas com toalhas brancas e muita comida. O local era aberto e próximo as mesas dos oficias existia muitas mesas para os nobres e populares. O povo era diferente e olhavam para cada um de nós com aspecto de admirarão. O tupy era a língua oficial dos nativos Potiguara e estava entre os oficias Pedro Poty um nativo potiguara de renome e respeito desde domínio de Nassau. A mesa era farta e tinha de tudo para se comer até comidas que nunca víamos antes. Foi um dia de grande confraternização.





Os nativos nos arrodeiavam com seus olhares curiosos e mediam cada passo que dávamos. Entramos para o forte de Santa Catarina também chamado de Margarida em homenagem a irmão Mauricio de Nassau, porém o nome não pegou, todos ainda chamava de Forte de Santa Catarina que era a santa da família. Baixou se a ponte e nós entramos no forte com grande aclamação e lá nos hospedamos. O Porte tinha um ar diferente como se estivesse nele muitas memórias absorvidas exalando certo odor histórico. E sobre o seu lado Oeste e sul viamos Lucena, Forte velho, o Atalaia que era um observatório, e a igreja de nossa Senhora da Guia.



Entre estes lugares havia a Baía que eu chamava de Baía das dores e dos amores. Já que era um ponto de partida e chagada aonde havia as dores do adeus e as alegrias da chegada. Alguém me disse que quando um navio chegava em Cabedelo do padre a prostituta se alegra. Aquele povo era amoroso e vivia a eterna expectativa da espera, como se aguardassem sempre a chegada de alguém. Das muralhas víamos o povo se alegrando por dias a nossa simples chegada como se alegra uma família com um filho que nasce que chega a este mundo.

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